Governo federal libera R$ 504 mil para abrigos a vítimas de tornado no Paraná
Recurso federal atende pedido municípios e integra ações emergenciais que incluem alimentação, abrigo, renda e reconstrução de estruturas públicas
247 - O governo federal confirmou o repasse de R$ 504 mil para apoiar a manutenção de abrigos temporários destinados às famílias afetadas pelo tornado que devastou parte do Paraná no início de novembro. A informação foi publicada pela Agência Gov e detalha a solicitação feita pelo município de Rio Bonito do Iguaçu, o mais atingido, que precisava de cofinanciamento federal para atender 2.200 pessoas em duas estruturas emergenciais.
O repasse integra um pacote mais amplo de ações federais que envolvem ajuda humanitária, restabelecimento de serviços essenciais, garantia de benefícios sociais e reconstrução de equipamentos públicos. Desde o dia em que o tornado atingiu a região, equipes federais atuam de maneira integrada com prefeituras, governo estadual e entidades locais para acelerar a retomada da normalidade em 14 municípios.
Os impactos da tragédia foram severos: apenas em Rio Bonito do Iguaçu, cerca de 10 mil moradores foram diretamente afetados. No total, mais de 16 mil pessoas tiveram prejuízos em todo o estado. A mobilização é coordenada pela Força Nacional do Sistema Único de Assistência Social (ForSUAS), que montou uma base de operações e priorizou os dez pontos mais atingidos. Municípios como Barbosa Ferraz, Goioxim, Pato Bragado e Rolândia decretaram situação de emergência.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou que o trabalho está sendo conduzido com orientação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o Paraná receba atenção integral. Segundo Dias, as equipes federais estão focadas na assistência imediata e também na reconstrução de estruturas impactadas. “Garantimos atendimento psicológico, atendimento social e toda a ajuda humanitária necessária. Nossas equipes já trabalham empenhadas na fase de reconstrução de casas, escolas, CRAS, CREAS e redes de energia rural e urbana para atender as pessoas que foram prejudicadas”, afirmou.
Assistência social e segurança alimentar
A Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) acompanhava a situação desde o alerta climático e, quando o tornado atingiu a região, iniciou respostas emergenciais no mesmo dia 7 de novembro. A atuação incluiu orientação técnica, articulação com a Defesa Civil e suporte ao cadastramento das famílias em Laranjeiras do Sul.
Para garantir comunicação e operação nas áreas afetadas, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) contou com apoio logístico da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que forneceu internet via satélite, tablets e notebooks. Entre os dias 10 e 11 de novembro, equipes visitaram abrigos, conversaram com gestores locais e avaliaram a situação nos municípios atingidos.
Na frente de segurança alimentar, a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) autorizou a distribuição de 1.500 cestas de alimentos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a famílias de Laranjeiras do Sul. O apoio também chega aos assentamentos, onde o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organiza uma cozinha comunitária com 600 cestas adicionais. O Incra retirará ainda outras 200 cestas para atender assentamentos em Rio Bonito do Iguaçu.
Reconstrução produtiva e apoio rural
A região concentra 1.484 famílias assentadas, 842 acampadas e 464 agricultoras familiares. Para que essas comunidades recuperem sua produção, o governo federal planejou um crédito orçamentário específico e liberou recursos expressivos.
O Programa de Fomento Rural deve beneficiar 5 mil famílias, com investimento de R$ 23 milhões. Já o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) contará com R$ 22,5 milhões para ajudar na recomposição da capacidade produtiva local.
Benefícios sociais e atendimento a famílias vulneráveis
Em Rio Bonito do Iguaçu, 1.508 famílias são beneficiárias do Bolsa Família, somando 4.373 pessoas. Outras 192 pessoas com deficiência e 90 idosos recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Para garantir que ninguém perca o acesso à renda, a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc) adotou medidas emergenciais como flexibilização de pagamentos, suspensão temporária de revisões cadastrais e monitoramento dos canais de repasse da Caixa Econômica Federal.
O cadastramento de novas famílias também foi reforçado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação e do Cadastro Único (Sagicad), que enviou cinco entrevistadores especializados — os mesmos que atuaram na emergência climática do Rio Grande do Sul.
Proteção social e direitos trabalhistas
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) trabalha na suspensão temporária da revisão de benefícios na região e na antecipação do pagamento do BPC, garantindo que pessoas em situação de vulnerabilidade não fiquem desassistidas no período pós-tragédia.



