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      Ratinho Junior se reaproxima de Bolsonaro e propõe indulto em troca de apoio para 2026

      Governador do Paraná articula projeto presidencial com o ex-presidente e aposta na anistia para consolidar aliança com o PL

      Jair Bolsonaro | Ratinho Junior (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Valter Campanato/Agência Brasil)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devem se encontrar nesta sexta-feira (4), em Curitiba, pela primeira vez desde as eleições municipais de 2024. O encontro ocorre na mesma semana em que Ratinho inicia oficialmente sua articulação em torno de uma candidatura à Presidência da República em 2026. A informação foi publicada originalmente pela Folha de S.Paulo.

      O movimento confirma uma reaproximação estratégica entre os dois políticos e marca o início de negociações mais diretas entre o PSD de Ratinho e o PL bolsonarista. Nos bastidores, a proposta de um projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 tem sido um dos principais gestos do governador paranaense para angariar o apoio da base bolsonarista, cada vez mais mobilizada no Congresso Nacional em torno da pauta.

      Apoio do PL e alianças regionais

      Na agenda desta sexta, Bolsonaro deve participar de um almoço no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, seguido da abertura da ExpoLondrina, tradicional feira agropecuária do Paraná. Segundo o deputado federal Filipe Barros (PL), um dos articuladores do encontro, o PL está disposto a apoiar o nome indicado por Ratinho Junior para a disputa ao governo estadual em 2026.

      “Naturalmente estaremos dentro do projeto do governador [na eleição ao governo do Paraná em 2026]. Bolsonaro tem uma excelente relação com o [apresentador de televisão] Ratinho pai e o Ratinho governador”, disse Barros à Folha de S.Paulo. Na divisão de forças, Barros pleiteia uma vaga ao Senado, enquanto a outra poderá ficar com um aliado de Ratinho Junior — ou com o próprio governador, caso não avance na disputa presidencial.

      Os nomes mais cotados no PSD para o governo estadual são o ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca e o deputado estadual Alexandre Curi, presidente da Assembleia Legislativa.

      Ratinho assume publicamente projeto presidencial

      Ratinho Junior já era apontado nos bastidores como presidenciável desde o início de seu segundo mandato, mas adotava uma postura discreta. A mudança de tom ocorreu nesta semana, quando ele reuniu deputados estaduais e afirmou, sem pedir sigilo, que está disposto a disputar o Planalto.

      “Pela primeira vez, ele falou abertamente, sem pedir segredo para ninguém, que está disposto, de verdade, a construir um projeto presidencial”, relatou o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), entusiasta da candidatura.

      O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, já declarou publicamente que, caso o partido opte por uma candidatura própria, Ratinho Junior será o nome defendido. No entanto, o PSD ainda mantém diálogo com outras forças, como o governo federal e o governo paulista de Tarcísio de Freitas (Republicanos), também cotado para 2026.

      Anistia como aceno ao bolsonarismo

      Além das articulações eleitorais, o tema da anistia aos denunciados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro estará na pauta do encontro. A proposta de perdão judicial é defendida de forma prioritária pelo PL no Congresso e, agora, também é abraçada por Ratinho Junior, como sinal de alinhamento com a base bolsonarista.

      A mudança de postura é interpretada como gesto político para atrair o apoio de Bolsonaro, que segue inelegível até 2030, mas ainda é a principal liderança da direita brasileira. “Nosso candidato chama-se Jair Bolsonaro. É o nosso foco. Nós trabalhamos com a possibilidade concreta de ele reverter a inelegibilidade para disputar a eleição”, afirmou Filipe Barros, que preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

      Aliança reconstruída após turbulências

      Apesar da boa relação durante o mandato de Bolsonaro, marcada por alianças administrativas e elogios públicos, houve um distanciamento entre os dois no ano passado, quando Bolsonaro apoiou informalmente Cristina Graeml (PMB, hoje Podemos) na disputa pela prefeitura de Curitiba — contrariando a aliança formal entre PL e PSD, que elegeu Eduardo Pimentel (PSD) como prefeito e Paulo Martins (PL) como vice.

      Segundo Barros, o episódio está superado. “Estamos unidos no projeto estadual e discutindo os caminhos para 2026”, afirmou. Paulo Martins também confirmou presença no almoço com Bolsonaro e Ratinho Junior nesta sexta.

      Com a aproximação selada, Ratinho Junior busca viabilizar sua candidatura nacional com apoio da direita bolsonarista e do centro político representado pelo PSD. O caminho passa pela anistia, por alianças regionais sólidas e, principalmente, pela bênção do ex-presidente Bolsonaro — ainda figura-chave no jogo eleitoral de 2026, mesmo fora da disputa direta.

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