Padilha promete ofensiva contra médicos antivacina
Governo prepara medidas legais para coibir profissionais que promovem teorias sem base científica e vendem tratamentos ligados à falsa “síndrome pós-spike”
247 - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o governo federal está estruturando uma resposta firme contra médicos que difundem desinformação sobre vacinas e comercializam tratamentos associados à chamada “síndrome pós-spike”, termo sem qualquer comprovação científica.
O Ministério da Saúde pretende iniciar já nesta segunda-feira (17) os trâmites legais para responsabilizar profissionais que promovem essa teoria infundada, lucrando com cursos, conteúdos e consultas privadas relacionados ao tema.
Ao compartilhar uma reportagem do Estado de S. Paulo sobre o tema, Padilha denunciou a prática e reforçou que a pasta não aceitará a disseminação de informações falsas sobre as vacinas contra a Covid-19. “Diferente de outros governos, não seremos lenientes com o negacionismo!”, publicou o ministro.
Ele acrescentou: “O Ministério da Saúde, junto com o ministro Jorge Messias, acionará todas as medidas cabíveis para impedir que essas pessoas continuem colocando em risco a vida da nossa população e ainda ganhando dinheiro com isso! O negacionismo na saúde e no clima mata, desgrega [sic] famílias e prejudica a economia”.
A teoria difundida por esses médicos gira em torno da proteína spike usada nas vacinas de RNA mensageiro. Eles alegam que o organismo continuaria a produzi-la indefinidamente após a imunização, provocando supostas doenças crônicas — hipótese que não encontra respaldo em pesquisas científicas. Alguns desses profissionais oferecem cursos por até R$ 685 e consultas particulares que chegam a R$ 3,2 mil, conforme relatado pelo Estadão.
O Ministério da Saúde já havia desmentido essa narrativa em nota divulgada em agosto, classificando como falsa a alegação de que a vacina induziria condições crônicas por suposta produção prolongada da proteína spike.



