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EUA fazem novo ataque contra embarcação no Pacífico e matam dois tripulantes

Operação ocorreu em águas internacionais após relatório de inteligência apontar suposta ligação da embarcação com o narcotráfico

EUA atacam mais uma embarcação no Pacífico (Foto: Comando Sul-EUA)

247 - A Marinha dos Estados Unidos realizou um novo ataque contra uma embarcação no Pacífico Oriental na noite de segunda-feira (19). A ação resultou na morte de dois tripulantes e, segundo autoridades militares estadunidenses, teve como base informações de inteligência que apontavam envolvimento da embarcação com supostas atividades de narcotráfico em rotas conhecidas da região. De acordo com os militares, a operação foi autorizada pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, e ocorreu em águas internacionais. As informações são do SBT News

Ataque em águas internacionais

Em nota oficial, o Comando Sul confirmou que a ação teve caráter letal e foi direcionada a uma embarcação classificada por Washington como ligada a organizações consideradas terroristas. “Realizamos um ataque cinético letal contra uma embarcação operada por Organizações Terroristas Designadas em águas internacionais. A inteligência confirmou que a embarcação estava transitando por rotas conhecidas de tráfico no Pacífico Oriental e envolvida em operações de narcotráfico. Dois narcoterroristas foram mortos. Nenhuma força militar dos EUA foi ferida”, informaram os militares.

Operação naval ampliada desde setembro

Desde setembro, os Estados Unidos intensificaram operações navais no Caribe e no Pacífico, destruindo ao menos 30 embarcações suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas. A ofensiva ocorre nas proximidades das costas da Venezuela e da Colômbia, áreas consideradas estratégicas nas rotas marítimas do narcotráfico internacional.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusa cartéis latino-americanos de utilizarem rotas marítimas para transportar drogas com destino ao território estadunidense, justificando a ampliação da presença militar na região.

Reação da Venezuela à presença militar dos EUA

A operação despertou alerta no governo da Venezuela. O presidente Nicolás Maduro determinou a mobilização de militares e milicianos para reforçar o patrulhamento das fronteiras, diante do receio de que a ofensiva naval estadunidense possa representar uma ação disfarçada para promover uma mudança de governo no país.

Essa preocupação se intensificou nas últimas semanas com o aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe. Além de navios de guerra e submarinos, Washington enviou caças F-35 e o porta-aviões USS Gerald R. Ford, considerado o maior e mais moderno do mundo.

Bloqueio econômico e pressão regional

Outra frente da ofensiva dos Estados Unidos foi o bloqueio de navios petroleiros venezuelanos sancionados, medida que afeta diretamente a principal fonte de renda da economia do país. Nesta semana, Donald Trump afirmou ainda que os Estados Unidos atacaram uma “grande instalação portuária” na Venezuela na sexta-feira (26), supostamente utilizada para o carregamento de drogas.

Caso a informação seja confirmada, o episódio marcará o primeiro ataque terrestre conhecido em território venezuelano desde o início da campanha de Washington contra Caracas, ampliando o nível de tensão na região.

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