Maduro diz que a Venezuela “não será colônia de ninguém”
Presidente diz que o país seguirá comercializando petróleo e riquezas naturais apesar das ameaças do atual presidente dos Estados Unidos
247 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira (17), que há uma estratégia em curso para impor um governo fantoche no país e promover uma mudança de regime com o objetivo de transformar a nação sul-americana em uma colônia estrangeira. Ao enfatizar a defesa da independência nacional, o chefe de Estado foi categórico ao afirmar que o país não aceitará submissão externa. “A Venezuela não será colônia de ninguém”, disse, de acordo com reportagem da Telesur.
A declaração ocorre após falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas quais reafirmou a intenção de se apropriar do petróleo, das terras e de outros recursos naturais venezuelanos.
Segundo o presidente venezuelano, as ameaças fazem parte de uma estratégia já conhecida. “Trata-se simplesmente de um plano belicista e colonialista. Já dissemos isso muitas vezes, a verdade foi revelada: eles pretendem uma mudança de regime para impor um governo fantoche que acabará por entregar a soberania e transformar a Venezuela numa colônia”, afirmou.
Maduro ressaltou que, apesar das pressões externas, o país seguirá exercendo plenamente sua soberania econômica. “É ilegal, de acordo com todos os acordos, impedir o livre comércio marítimo nos mares e oceanos do mundo. Este não é um momento para corsários. A Venezuela continuará a comercializar todos os seus produtos. O comércio do nosso petróleo e dos nossos recursos naturais, que pertencem ao seu único e legítimo proprietário há séculos — o povo soberano venezuelano — continuará. Eles são os proprietários absolutos de toda a sua riqueza”, declarou.
Segundo ele, essa defesa envolve não apenas o território e os recursos naturais, mas também a própria existência do Estado venezuelano. “Não tenho dúvidas de que nosso povo, em perfeita unidade cívico-militar-policial, defenderá nossos direitos históricos à nossa terra, nossas riquezas, minerais e petróleo”, afirmou, acrescentando que “defenderemos nossa Constituição”.
Maduro também destacou o que considera ser uma ampla rejeição popular, inclusive dentro dos Estados Unidos, a novas ações militares. Para ele, “a grande maioria da população americana é contra qualquer agressão e guerra militar, as guerras eternas que destruíram países e dizimaram boa parte de sua juventude”.
No plano internacional, o presidente venezuelano afirmou que o tema foi levado às Nações Unidas. Segundo Maduro, a Venezuela conta com respaldo global diante do cenário atual. “Temos a força, a razão e o apoio dos povos do mundo diante dessa escalada desproporcional, ilegal e belicista. É hora de respeitar o direito internacional”, enfatizou.
As declarações reforçam a posição do governo venezuelano de defesa da soberania nacional e do direito do país de gerir seus próprios recursos, em meio a um contexto de fortes disputas geopolíticas e pressões externas.



