Mercosul cria comissão contra o crime organizado transnacional
Grupo reunirá autoridades de Justiça, segurança e inteligência dos países-membros
247 - O Mercosul avançou na coordenação regional de políticas de segurança com a criação de uma comissão dedicada ao combate ao crime organizado transnacional. A iniciativa foi anunciada neste sábado (20), durante a cúpula do bloco realizada em Foz do Iguaçu, no Paraná, e representa um novo passo na integração entre os países diante da expansão de organizações criminosas que atuam além das fronteiras nacionais.
Anúncio marca nova etapa da cooperação em segurança
O anúncio foi feito pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, durante seu pronunciamento na cúpula. Ao destacar a relevância da medida, ele apontou o impacto esperado na vida cotidiana da população dos países-membros. “Estamos convencidos que daremos um salto qualitativo em nossa segurança pública, que se fará sentido no dia a dia dos nossos cidadãos”, afirmou.
Comissão reunirá órgãos estratégicos dos países-membros
O novo colegiado será formado por representantes dos ministérios da Justiça e da Segurança Pública, do Interior, membros do Ministério Público, forças policiais e especialistas em áreas como lavagem de dinheiro e recuperação de ativos. A proposta é fortalecer a cooperação institucional e ampliar o intercâmbio de informações entre os países.
Segundo Mauro Vieira, a atuação do grupo será orientada por um plano comum. “Esse plano norteará o trabalho das autoridades competentes na prevenção, investigação e repressão do crime organizado transnacional, com base em ações de inteligência e nas sinergias existentes entre os nossos países”, declarou o chanceler.
Segurança pública ganha centralidade na agenda do bloco
A criação da comissão ocorre em um contexto de crescente sofisticação das organizações criminosas na América do Sul e de maior atenção do governo brasileiro ao tema da segurança pública. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o enfrentamento ao crime organizado tem ganhado espaço diante do domínio territorial exercido por facções e da complexidade das redes criminosas.
Cúpula encerra presidência brasileira do Mercosul
A reunião em Foz do Iguaçu marca o encerramento da presidência temporária do Mercosul exercida pelo Brasil. Havia expectativa de que o encontro selasse o acordo entre o bloco e a União Europeia, mas a resistência de alguns países europeus, especialmente Itália e França, levou ao adiamento da assinatura, que pode ocorrer em janeiro.
Além de Lula, participam da cúpula os presidentes da Argentina, Javier Milei; do Paraguai, Santiago Peña; e do Uruguai, Yamandú Orsi. A Bolívia é representada por seu chanceler, enquanto o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, também acompanha o encontro. O Panamá tornou-se associado ao Mercosul no ano passado.



