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Venezuela escolta petroleiros após ameaça de bloqueio dos EUA

Medida ocorre após Donald Trump ameaçar bloqueio a navios sancionados

Embarcação da guarda costeira da Marinha venezuelana opera na costa do Caribe - 11/09/2025 (Foto: REUTERS/Juan Carlos Hernandez)

247 - A Venezuela passou a empregar escolta militar para navios que transportam derivados de petróleo a partir de seus portos, em meio ao agravamento das tensões com os Estados Unidos. A decisão foi tomada após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a intenção de impor um bloqueio total aos petroleiros sancionados que entrem ou saiam do país sul-americano. A informação, segundo a Sputnik Brasil, foi revelada pelo jornal The New York Times com base em dados de rastreamento marítimo e em fontes com conhecimento direto das operações navais. medida venezuelana foi adotada poucas horas depois das falas feitas por Trump no início da semana.

Escolta naval após ameaça de bloqueio

De acordo com o New York Times, “diversos navios que transportavam derivados de petróleo da Venezuela partiram da costa leste do país escoltados pela Marinha venezuelana entre a noite de terça-feira e a manhã de quarta-feira, poucas horas depois de o presidente Trump ameaçar impor um bloqueio a petroleiros sob sanções que realizam comércio com o país”.

A decisão de utilizar escolta militar foi uma resposta direta às ameaças de Washington. Um funcionário do governo dos Estados Unidos, de acordo com uma fonte que falou sob condição de anonimato, disse que a Casa Branca está ciente da movimentação e avalia possíveis opções de reação. Apesar da tensão, ainda não há confirmação se todas as embarcações escoltadas estão incluídas na lista de navios sancionados pelos EUA.

Reação de Washington e cenário militar

As declarações de Trump intensificaram a retórica nas últimas semanas. Nesta quarta-feira (17), o jornalista Tucker Carlson afirmou, citando um parlamentar estadunidense, que Donald Trump poderia anunciar “nas próximas horas” o início de uma guerra contra a Venezuela.

Washington justifica sua presença militar no Caribe com o combate ao narcotráfico. Em setembro e outubro, forças estadunidenses realizaram operações contra embarcações próximas à costa venezuelana que, segundo o governo dos EUA, estariam envolvidas no transporte de drogas. No fim de setembro, as Forças Armadas estadunidenses chegaram a estudar ataques contra narcotraficantes dentro do território venezuelano.

Declarações elevam tensão regional

Em 3 de novembro, Donald Trump afirmou que os dias do presidente Nicolás Maduro no poder estariam contados, embora tenha dito que os Estados Unidos não pretendiam entrar em guerra com o país. Em Caracas, essas ações foram classificadas como provocações destinadas a desestabilizar a região e como violações de acordos internacionais que definem o Caribe como uma zona desmilitarizada e livre de armas nucleares.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também criticou a postura dos EUA. Ele acusou Trump de tentar conquistar a Venezuela sob o pretexto do combate ao narcotráfico e afirmou que Washington busca controlar os recursos petrolíferos do país. Petro ainda denunciou o “uso excessivo da força” após ataques a embarcações venezuelanas, que, segundo ele, resultaram na morte de mais de 27 pessoas.

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