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Venezuela protesta junto ao Conselho de Segurança da ONU contra a "pirataria dos EUA"

Diplomacia venezuelana diz que ação dos EUA é "parte de uma política contínua de coerção e agressão"

Samuel Moncada, representante da Venezuela na ONU (Foto: AVN)

:247 - "A Venezuela protestou junto ao Conselho de Segurança da ONU contra um "grave ato de uso da força, sequestro e pirataria" no Caribe, após a apreensão de seu petroleiro pelos Estados Unidos.

O Representante Permanente da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, informou na terça-feira (16), que o governo venezuelano enviou uma carta formal ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) denunciando "o roubo do navio-tanque Skipper pelo governo dos EUA em um típico ato de pirataria, em total violação do direito internacional". 

Em 10 de dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou a apreensão de um petroleiro em áreas adjacentes à Venezuela, afirmando que seu país ficaria com o petróleo que a embarcação transportava. Nesse contexto, Moncada enfatizou que a ação de Washington não é "um evento isolado", mas sim "parte de uma política contínua de coerção e agressão" contra seu país. Maduro condena os EUA por roubarem seu petróleo: "A máscara deles caiu". Segundo a carta entregue à presidência do Conselho de Segurança da ONU (atualmente ocupada pela Eslovênia), Caracas solicitou a Washington “a libertação imediata e incondicional da tripulação sequestrada, a devolução imediata do petróleo venezuelano confiscado ilegalmente em alto-mar e a cessação imediata de qualquer ação de força ou interferência contra a comercialização legal do petróleo venezuelano”. 

A Venezuela também instou o Conselho de Segurança da ONU a condenar este ato de pirataria promovido pelos EUA, o uso ilegítimo da força militar contra uma embarcação privada e o roubo de uma carga resultante do comércio internacional legítimo, e a tomar medidas para evitar a repetição dessas ações, deixando claro – e por escrito – que “nenhuma decisão, resolução ou medida foi adotada que autorize ações contra a Venezuela ou contra a comercialização internacional de seu petróleo”. “Roubo de petroleiro venezuelano põe fim ao livre comércio”. 

“A coerência do sistema multilateral exige que os mesmos princípios e condenações aplicados por este Conselho contra a pirataria em outras regiões do mundo sejam aplicados hoje contra a pirataria praticada por um Estado através do uso de sua força militar”, enfatizou o comunicado. Da mesma forma, a Venezuela alertou que “tolerar ou normalizar” tal conduta “equivaleria a legitimar o caos na navegação marítima internacional”, o que é absolutamente incompatível com a Carta da ONU, o direito do mar e o mandato fundamental deste Conselho.

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