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Jean Wyllys

Jornalista, doutorando em Ciência Política pela Universidade de Barcelona, pesquisador no ALARI at Hutchins Center de Harvard e escritor baiano

59 artigos

Lula, 500 dias: uma prisão coletiva

Lula, 500 dias: uma prisão coletiva

Os 500 dias da prisão de Lula dizem muito sobre o Brasil, e não só sobre o Brasil dos últimos três anos, quando o fascismo começou a retornar, minando a democracia

Rio de Janeiro - Militares fazem operação na favela da Rocinha após guerra entre quadrilhas rivais de traficantes pelo controle da área (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Se buscamos paz, precisamos rever a guerra às drogas

Enquanto o governo só propõe mais do mesmo e oferece como única solução uma intervenção militar que todos sabem que não vai funcionar, o parlamento brasileiro continua acovardado e preso de interesses que o impedem de debater soluções reais para o caos da segurança pública

racistas

É coisa de racista

A solidariedade corporativa de parte da elite branca, rica e reacionária brasileira com o jornalista William Waack deveria ser estudada um dia nas universidades. E eu espero que seja em universidades com mais negros, mais alunos oriundos das periferias e das escolas públicas, mais pessoas trans, mais povo. A maneira em que o caso de racismo envolvendo o jornalista da Globo tirou muitos outros racistas do armário põe em evidência o que se conhece como 'pacto narcísico' entre brancos, que está sempre implícita e se expressa quando os privilégios da elite branca são atacados, ou quando a prática do racismo é questionada na esfera pública

Manifestante portuguesa usa óculos em forma de folha de maconha. A maioria da população é favorável à legalização das drogas.

A legalização da maconha e a experiência americana que deu certo

O saldo está à disposição de quem quiser entender. Redução a quase zero no número de mortes relacionadas ao tráfico; realocamento de policiais destacados para o combate ao tráfico em outras atividades; diminuição da violência, e impressionantes mais de 200 milhões de dólares em impostos, apenas no ano de 2016

Logo, não é de espantar que suas hordas na internet - boa parte desta composta de perfis fakes movidos a robôs - comecem a me atacar, e a outras pessoas progressistas, como se fôssemos os culpados de seu "mito" não se sustentar em pé

Bolsonaro está levando a pior e sendo desmascarado

Logo, não é de espantar que suas hordas na internet - boa parte desta composta de perfis fakes movidos a robôs - comecem a me atacar, e a outras pessoas progressistas, como se fôssemos os culpados de seu "mito" não se sustentar em pé

O que aconteceu nos EUA deveria funcionar como um chamado de atenção também aqui, no Brasil, para que consigamos reagir a tempo e evitar que esse veneno também nos intoxique e nos leve a novas tragédias

Em marcha para o ódio

O que aconteceu nos EUA deveria funcionar como um chamado de atenção também aqui, no Brasil, para que consigamos reagir a tempo e evitar que esse veneno também nos intoxique e nos leve a novas tragédias

 
senador Aécio Neves (PSDB-MG);
senador Romero Jucá (PMDB-RR);
senador José Serra (PSDB-SP)
 

A lição que vem do fim da Lava Jato

Aécio, Jucá, Loures e as esposas de Cabral e Cunha estão livres. Mandatos parlamentares estão preservados, mesmo que, para tal, Loures tenha que usar uma tornozeleira eletrônica. Alexandre de Moraes agora é parte da corte suprema e se soma a Gilmar Mendes na proteção à sua gente, os golpistas e plutocratas corruptos

Brasília - O vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante solenidade de entrega da Medalha do Mérito Legislativo 2015 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Os perigos da Lava Jato

Precisamos defender as investigações, mas sem deixarmos de cobrar respeito pelas garantias legais e, sobretudo, evidências concretas. O sensacionalismo do "todos são iguais" pode acabar sendo uma desculpa para perdoar os ladrões (afinal, eles não teriam feito nada excepcional) e uma maneira muito perigosa de deslegitimar o próprio sistema democrático, cedendo o passo para aventureiros e autoritários com interesses não menos espúrios que os de gente como Cunha e Temer

Cédulas de dinheiro. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Não nos meça pela sua régua

E eu quero dizer que nós, do PSOL, não aparecemos em listas. Nós escolhemos não receber o dinheiro de empreiteiros quando essa ainda era uma prática permitida pela lei (financiamento empresarial de campanhas)