HOME > Brasil Sustentável

ABDE e PNUD fazem levantamento de cinco anos de financiamentos ligados à Agenda 2030

Principais dados incluem R$ 2,3 trilhões em todo o quinquênio analisado, alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável

Maria Fernanda Coelho (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

247 - A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ Brasil), divulgou a 3ª edição do Mapa do Financiamento aos ODS: alinhando fluxos e acelerando metas para o desenvolvimento sustentável. O estudo consolida os dados de 2020 a 2024 e revela que as Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) brasileiras desembolsaram R$ 2,3 trilhões a projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, reforçando o papel do Sistema Nacional de Fomento (SNF) como principal motor do financiamento de longo prazo no país.

O levantamento traz, de forma inédita, a separação de contratações (aprovações) e desembolsos (liberações). Com relação às contratações, em 2024 as 12 IFDs participantes da pesquisa contrataram R$ 1 trilhão em operações de crédito alinhadas aos ODS. O levantamento mostra que 68,8% desse total se concentram em quatro eixos prioritários da sustentabilidade:

  • ODS 8 — Trabalho Decente e Crescimento Econômico: R$ 261,6 bilhões;
  • ODS 9 — Indústria, Inovação e Infraestrutura: R$ 176,6 bilhões;
  • ODS 11 — Cidades e Comunidades Sustentáveis: R$ 135,5 bilhões;
  • ODS 2 — Fome Zero e Agricultura Sustentável: R$ 116,3 bilhões.

Esses quatro objetivos somam R$ 690 bilhões, o que representa mais de dois terços das contratações realizadas no ano passado. O destaque reflete o foco das instituições em áreas estruturantes da economia brasileira, que combinam geração de emprego, inovação tecnológica, urbanização sustentável e fortalecimento do agronegócio de baixo carbono.

Cinco anos de financiamento ao desenvolvimento sustentável

Entre 2020 e 2024, os 31 bancos e agências de fomento que participaram do estudo em diferentes edições desembolsaram R$ 2,3 trilhões em operações voltadas aos ODS.

O estudo mostra também o avanço dos investimentos voltados à transição energética e ao enfrentamento das mudanças climáticas, com crescimento expressivo nos ODS 7 (Energia Limpa e Acessível), que recebeu R$ 108,3 bilhões, e ODS 13 (Ação Climática), com R$ 87,5 bilhões em 2024.

Instrumento estratégico para mensurar o impacto do fomento

Desenvolvida desde 2021, a Metodologia ABDE–PNUD é pioneira no Brasil ao mensurar e classificar o alinhamento das operações de crédito das IFDs à Agenda 2030. Em sua 3ª edição, a publicação evolui e passa a se chamar Mapa de Financiamento aos ODS. A ferramenta, que já se tornou referência nacional, foi construída com base em metodologias do BNDES, BRDE, BDMG e Banco do Brasil, além de benchmarks internacionais da OCDE, KfW e Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

“Apresentar um mapeamento transparente e comparável dos investimentos do fomento contribui para posicionar o Brasil como protagonista confiável na agenda global”, afirma Maria Fernanda Coelho, presidente da ABDE e diretora de Microcrédito Digital do BNDES.

O papel do Sistema Nacional de Fomento

Formado por 35 instituições, o Sistema Nacional de Fomento representa 46% do crédito total do Sistema Financeiro Nacional e 74% do financiamento de longo prazo no país. Com presença em todos os estados brasileiros, o SNF reúne bancos de desenvolvimento, agências de fomento e cooperativas de crédito que atuam de forma coordenada para impulsionar o desenvolvimento econômico, social e ambiental.

Artigos Relacionados