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Brasil retoma protagonismo ambiental e volta ao centro da agenda climática global

Reforço da fiscalização, queda expressiva do desmatamento e políticas integradas marcaram o triênio 2023-2025

Belém (PA) - 11/11/2025 - Indígenas participam da inauguração da Aldeia COP (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

247 - O Brasil voltou a ocupar posição de destaque nos debates internacionais sobre meio ambiente e mudança do clima após uma ampla reconstrução de suas políticas ambientais entre 2023 e 2025. No início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o país enfrentava recordes de desmatamento, enfraquecimento de órgãos de fiscalização, paralisação de instrumentos estratégicos e isolamento diplomático em fóruns globais.

As informações constam de balanço divulgado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que detalha a retomada de políticas públicas, a recomposição institucional e os resultados alcançados ao longo do triênio, com impacto direto na redução da devastação ambiental e na reaproximação do Brasil com a agenda climática internacional.

Segundo o governo, a política ambiental passou a ter caráter transversal, envolvendo diferentes áreas da administração pública. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou esse reposicionamento ao afirmar: “Ao longo dos últimos três anos, o presidente Lula transformou a política ambiental e climática em efetivamente transversal no governo, ponto crucial para que essa agenda atinja o potencial máximo de geração de desenvolvimento econômico e preservação da vida e dos ecossistemas”.

A recomposição de orçamentos e de quadros técnicos do Ministério do Meio Ambiente, do Ibama e do ICMBio permitiu a intensificação da fiscalização e a retomada de grandes operações de comando e controle. Como resultado, o desmatamento na Amazônia caiu 50% em três anos consecutivos. Entre agosto de 2024 e julho de 2025, a área desmatada foi de 5.796 km², a terceira menor taxa desde o início da série histórica em 1988. No Cerrado, a redução acumulada foi de 32,3%, encerrando um ciclo de cinco anos de alta.

Marina Silva ressaltou que os avanços vão além dos números. “Não apenas recompusemos o orçamento e a capacidade operacional dos órgãos ambientais. Reabilitamos a governança ambiental e estabelecemos a lógica de que a proteção ao meio ambiente e o enfrentamento à mudança do clima são centrais para que tenhamos um futuro próspero e seguro”, afirmou.

O combate aos incêndios florestais também apresentou resultados expressivos. De janeiro a novembro de 2025, a área queimada no país foi 39,5% menor em comparação com a média de 2017 a 2024. Na Amazônia, a queda chegou a 75,8%, enquanto no Pantanal atingiu 93,3%. O desempenho está associado à reestruturação da governança ambiental, à ampliação do número de brigadistas federais e à implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, sancionada em 2024.

No campo social, o relançamento do programa Bolsa Verde conectou conservação ambiental e inclusão social. Desde 2023, 84 mil famílias passaram a receber pagamento trimestral de R$ 600, alcançando 436 áreas em 113 municípios. A maioria das famílias beneficiadas é chefiada por mulheres e integrantes de comunidades tradicionais, quilombolas e povos indígenas.

A criação do Ministério dos Povos Indígenas e a retomada das demarcações também marcaram o período. Entre 2023 e 2025, 21 Terras Indígenas receberam portaria declaratória, 20 foram homologadas e 10 reservas constituídas. Operações de desintrusão foram concluídas em nove territórios, com apreensão de cerca de 280 quilos de ouro.

Na transição para uma economia de baixo carbono, o governo mobilizou R$ 138,1 bilhões em financiamentos para projetos de desenvolvimento sustentável, por meio de instrumentos como o Fundo Amazônia, o Fundo Clima e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). Lançado durante a COP30, em Belém, o TFFF foi apresentado como mecanismo inovador de financiamento previsível para a conservação das florestas tropicais.

Durante o evento, o presidente Lula afirmou: “As florestas tropicais são essenciais para a regulação do clima, a proteção dos solos, a salvaguarda dos sistemas de água doce e a conservação da maior parte da biodiversidade terrestre do planeta. Estamos determinados a assegurar que as florestas tropicais valham mais em pé do que destruídas”.

O Brasil também reassumiu protagonismo diplomático ao sediar a COP30, que marcou os dez anos do Acordo de Paris. A conferência aprovou um pacote de decisões voltadas ao fortalecimento do multilateralismo climático e à aceleração da implementação dos compromissos globais. Em seus discursos, Lula defendeu uma transição energética justa e planejada. “Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, declarou.

Ao fim de 2025, o governo aprovou o novo Plano Clima, que orienta as ações de enfrentamento à mudança do clima até 2035 e estabelece a meta de reduzir entre 59% e 67% das emissões líquidas de gases de efeito estufa em relação a 2005. O plano também projeta a transição para emissões líquidas zero até 2050, com foco em justiça climática e desenvolvimento sustentável.

O balanço do triênio indica uma mudança de trajetória na política ambiental brasileira, com queda consistente do desmatamento, fortalecimento institucional e reposicionamento internacional. Segundo o governo, os resultados consolidam a estratégia de integrar preservação ambiental, desenvolvimento econômico e inclusão social como pilares de um novo ciclo de crescimento sustentável.

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