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Coprocessamento transforma resíduos em energia e reduz emissões de CO₂ na produção de cimento

Tecnologia substitui o uso de combustíveis fósseis e evita a emissão de aproximadamente 155 mil ton. de CO₂ ao ano

Chips de pneus (Foto: Divulgação)

247 - Para unir crescimento, competitividade e sustentabilidade, a indústria do cimento tem investido em soluções inovadoras. Uma delas é o coprocessamento, tecnologia que substitui combustíveis fósseis tradicionais e matérias-primas não renováveis, como carvão mineral e coque de petróleo, por resíduos industriais, urbanos, biomassas e pneus sem utilidade, usando-os tanto na geração de energia quanto como insumo na produção.  

Atualmente, as fábricas da InterCement Brasil coprocessam cerca de 1 mil toneladas de resíduos por dia, evitando a emissão de aproximadamente 155 mil toneladas de CO₂ ao ano. Em uma comparação prática, essa quantidade equivale à retirada de 17 mil automóveis poluentes das ruas. Pioneira nessa prática desde os anos 1990, a empresa fez do coprocessamento um dos pilares estratégicos de sua operação.    

Segundo Cristiano Ferreira, gerente de Coprocessamento da companhia, outro destaque está na matriz energética. “Hoje, a média Brasil de energia térmica usada nos nossos fornos e que vêm de biomassas, consideradas carbono neutro, é de 27%. E, em algumas unidades da InterCement Brasil, esse índice supera os 40%”, ressalta. O resultado dessa inovação é uma produção mais sustentável e alinhada aos princípios da economia circular.   

Para o coprocessamento, as fábricas usam diferentes tipos de resíduos, conforme a região. Em Cezarina (GO), Campo Formoso (BA), Candiota (RS) e Ijaci (MG), por exemplo, são usadas as biomassas (restos de resíduos orgânicos, como casca do arroz) e o CDR, um combustível derivado de materiais que não servem para a biodigestão – processo que transforma resíduos orgânicos em energia renovável. Fazem parte deste grupo os resíduos plásticos, papel, têxteis, madeira, minerais e embalagens compostas. 

Já os pneus usados e sem aproveitamento são utilizados em quase todas as unidades, com destaque para Cajati (SP), Ijaci (MG), São Miguel dos Campos (AL) e Campo Formoso (BA).  “Um único forno, com capacidade de produção diária de mil toneladas de clínquer (mistura de calcário e argila, que é a base do cimento), pode consumir até cinco mil pneus por dia, o que significa a redução das emissões de gases, entre eles os do efeito estufa, em cerca de 35%”, destaca Cristiano Ferreira. 

Impacto social 

Além dos benefícios ambientais e de economia, o coprocessamento gera impacto positivo nas comunidades próximas, promovendo incremento de renda, fortalecendo vínculos, fomentando o desenvolvimento local e ampliando o alcance da sustentabilidade. Projetos sociais associados ao uso de biomassas, por exemplo, têm conectado cooperativas, produtores e extrativistas de frutos nativos de cada região, que passam a fornecer resíduos orgânicos para uso nos fornos de cimento como fonte de energia térmica.  

O coprocessamento também evita o descarte inadequado de resíduos em ruas, rios e lixões. Ainda de acordo com o gerente de Coprocessamento da InterCement Brasil, Cristiano Ferreira, mais do que uma alternativa tecnológica, a prática já faz parte da cultura da empresa e aponta para o futuro do setor cimenteiro. “Ao transformar resíduos em energia e reduzir significativamente as emissões, reforçamos nosso compromisso com a descarbonização e com um modelo de produção mais eficiente e sustentável”, conclui.  

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