Daniel Vorcaro deixa centro de detenção após decisão judicial
Desembargadora impõe tornozeleira e retenção de passaporte ao banqueiro investigado na operação Compliance Zero
247 - O banqueiro Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, deixou o Centro de Detenção Provisória 2, em Guarulhos, na manhã deste sábado (29), após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinar sua soltura. As informações são da Folha de S. Paulo,
A desembargadora Solange Salgado concedeu a liminar na noite de sexta-feira (28), ao concluir que medidas cautelares seriam suficientes para assegurar o andamento das investigações. A decisão impõe monitoramento eletrônico e retenção do passaporte de Vorcaro, preso desde 17 de novembro.
Liminar garante liberdade monitorada
Ao analisar o pedido, a desembargadora afirmou que, embora as suspeitas contra o empresário sejam graves, medidas menos restritivas seriam proporcionais ao caso. Em seu despacho, registrou que “o risco residual de evasão do distrito da culpa mostra-se controlável por meio de medida menos gravosa, consistente na entrega e retenção do(s) passaporte(s), revelando-se esta providência apta e proporcional”.
A mesma magistrada havia negado a liberdade na semana anterior, mas a defesa, composta pelos advogados Pierpaolo Bottini, Roberto Podval, Walfrido Warde e Sergio Leonardo, entre outros, apresentou novo requerimento, que acabou aceito.
Prisão ocorreu durante viagem a Dubai
Vorcaro foi detido no Aeroporto de Guarulhos quando se preparava para embarcar para Dubai. Segundo a decisão, ele comprovou ter informado previamente ao Banco Central sobre a viagem aos Emirados Árabes Unidos, onde se reuniria com empresários interessados na compra do Banco Master.
Esse ponto foi considerado relevante pela desembargadora ao avaliar o risco de fuga, que classificou como controlável mediante as cautelares impostas.
Operação Compliance Zero apura fraudes bilionárias
A prisão integra a operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal para investigar a emissão de títulos de crédito falsos no Sistema Financeiro Nacional. As apurações apontam que o BRB teria repassado ao Banco Master cerca de R$ 12,2 bilhões em operações dessa natureza.
A juíza responsável pelo caso na primeira instância havia sustentado que existiam elementos que justificavam a prisão preventiva dos suspeitos, citando risco de ocultação de provas e movimentação de recursos que poderiam prejudicar as investigações.
Mandados mobilizaram diversos estados
A ação da Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 ordens de busca e apreensão. As diligências ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, além de outras medidas determinadas pela Justiça.



