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Datafolha: 56% apontam Lula como líder da esquerda, enquanto 35% veem Bolsonaro na direita

Levantamento indica predominância de Lula no campo progressista e falta de consenso sobre sucessão à direita

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi identificado como a maior liderança da esquerda por 56% dos brasileiros, enquanto Jair Bolsonaro (PL) aparece como o principal nome da direita para 35% dos entrevistados. Os dados fazem parte de uma pesquisa do instituto Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo, que ouviu 2.002 pessoas entre os dias 2 e 4 de dezembro.

A margem de erro da sondagem é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O estudo investigou quem os entrevistados consideram as maiores lideranças políticas de cada espectro ideológico, revelando um cenário de maior fragmentação na direita e de forte unidade em torno de Lula na esquerda.

Segundo o instituto, a direita enfrenta altos índices de indefinição: 36% dos participantes afirmaram não saber apontar um líder desse campo. Entre eleitores que se declaram petistas, esse percentual sobe para 46%, enquanto 16% chegam a indicar o próprio Lula como maior nome da direita, evidenciando confusão ou rejeição às alternativas disponíveis.

Na amostra geral, Lula aparece em segundo lugar na lista de nomes associados à direita, com 9%, à frente do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que somou 5%, e de Michelle Bolsonaro (PL), com 2%. Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que lançou sua pré-candidatura ao Planalto dias antes da divulgação do levantamento, aparece com 1%. Esse desempenho o coloca atrás de Lula e empatado com outros nomes que registraram baixa lembrança, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Governadores como Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR) sequer pontuaram, enquanto Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, marcou 1%.

No campo da esquerda, a coesão é maior. Atrás de Lula, o segundo nome mais citado — de forma curiosa — é o de Jair Bolsonaro, com 5%. Em seguida aparecem o ministro do STF Alexandre de Moraes, com 2%, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com 1%. Apenas 2% dos entrevistados dizem não enxergar uma liderança à esquerda, e 4% mencionaram outras opções. À direita, 3% afirmam não haver nome principal e outros 3% apontaram alternativas diversas.

Os dados reforçam a força de Lula entre grupos alinhados ao PT: 51% dos petistas o reconhecem como principal figura de esquerda, enquanto 20% apontam Bolsonaro como líder máximo da direita. Já entre os bolsonaristas, 52% veem o ex-presidente como principal liderança de seu campo político, ao passo que 60% atribuem a Lula a maior influência na esquerda.

A pesquisa também lança luz sobre o cenário eleitoral de 2026. A presença de Lula como figura dominante limita o surgimento de nomes alternativos e mais jovens dentro da esquerda, como Fernando Haddad ou Guilherme Boulos. À direita, a falta de consenso e a ausência de uma sucessão clara para o bolsonarismo alimentam especulações sobre a viabilidade de candidaturas como a de Flávio Bolsonaro ou de Tarcísio de Freitas, visto por aliados e adversários como potencial herdeiro político.

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