Edinho Silva: Lula "não se curvou" às ameaças tarifárias dos EUA
Edinho Silva afirma que decisão de Trump valida estratégia diplomática brasileira
247 - O governo brasileiro reagiu à redução das tarifas impostas pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacando que a medida representa um recuo significativo na política comercial norte-americana. As declarações foram feitas nesta sexta-feira (14/11) pelo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva.
A informação foi publicada originalmente pelo portal Metrópoles, que detalhou a decisão anunciada pela Casa Branca, a qual diminui tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros — entre eles carne bovina, açaí, banana e café. O recuo atinge diretamente exportadores brasileiros e ocorre após meses de tensões diplomáticas.
Edinho classificou as alíquotas de 50% aplicadas pelos EUA como “irracionais” e ressaltou que o governo brasileiro optou pela via institucional para enfrentá-las. Segundo ele, "o governo do presidente Lula não se curvou diante de uma medida autoritária. Pelo contrário: apostou na diplomacia, na negociação séria, no caminho que o Brasil sempre trilhou nos governos do PT. A soberania não se negocia. E agora estamos colhendo resultados".
Ainda não há confirmação oficial de que o anúncio desta sexta-feira (14/11) decorra diretamente das negociações conduzidas entre os dois países. No entanto, a decisão ocorre um dia após o encontro, em Washington, entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Após a reunião, Vieira afirmou ter apresentado uma “proposta geral” para renegociar o tarifaço.
De acordo com o ministro, os Estados Unidos demonstraram disposição em acelerar as tratativas. "O Secretário de Estado disse que estão examinando com toda atenção e todo o tempo, que querem resolver rapidamente as questões bilaterais com o Brasil e que a resposta virá muito proximamente, amanhã ou na próxima semana", declarou Vieira.
A ordem assinada por Donald Trump tem efeito retroativo e passou a valer a partir de 00h01 da quinta-feira (13/11). No documento, o presidente norte-americano justifica o recuo afirmando ter recebido “informações e recomendações adicionais de diversas autoridades”. A Casa Branca, porém, não especificou o novo percentual aplicado às exportações brasileiras.
Diante da indefinição, os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, da Fazenda e da Agricultura analisam os detalhes do texto para determinar o impacto real sobre o mercado brasileiro. O governo dos EUA já havia recuado em outras ocasiões desde o anúncio inicial do tarifaço. Uma dessas revisões ocorreu em 30 de julho, quando Trump isentou cerca de 700 produtos brasileiros da sobretaxa.



