Gleisi rebate editorial da Folha e defende fim da escala 6x1
Ministra afirma que redução da jornada é direito histórico e critica defesa da exploração
247 - A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu publicamente ao editorial publicado pela Folha de S.Paulo que questiona a viabilidade do fim da escala de trabalho 6x1. Em manifestação divulgada neste sábado (27), a ministra afirmou que o posicionamento do jornal ignora avanços históricos nas relações trabalhistas e vai na contramão de um movimento cada vez mais amplo em defesa da redução da jornada semanal.
A declaração foi publicada por Gleisi Hoffmann em sua conta oficial na rede social X, comentando diretamente o editorial da Folha. Segundo a ministra, o jornal cobra “estudos técnicos” sobre a proposta, mas não apresenta dados que sustentem o modelo atual de organização do trabalho. “A Folha diz que não há ‘estudos técnicos’ sobre a viabilidade da proposta, mas não apresenta nenhum ‘estudo técnico’ em apoio à exploração que ela defende”, afirmou.
Gleisi ressaltou que a defesa do fim da escala 6x1 é uma reivindicação histórica dos trabalhadores brasileiros e conta com apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A jornada semanal de 40 horas ou menos é uma realidade na maioria dos grandes países e uma reivindicação histórica dos trabalhadores brasileiros”, declarou a ministra.
Ao criticar a linha editorial do jornal, Gleisi argumentou que conquistas trabalhistas fundamentais enfrentaram resistência semelhante no passado. “Se dependesse de editoriais como o da Folha, os trabalhadores do Brasil não teriam direito ao salário-mínimo, férias remuneradas de 30 dias, 13º salário, jornada de 8 horas por dia”, disse.
Em tom ainda mais contundente, a ministra ampliou a crítica ao afirmar que a lógica defendida pelo editorial representaria um retrocesso civilizatório. “Aliás, se dependesse de editoriais como esse, não teríamos nem a abolição do trabalho escravo”, afirmou.
Para Gleisi Hoffmann, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho ultrapassa o debate econômico e envolve a garantia de direitos básicos. “Ter tempo para viver é um direito que precisa ser colocado em prática”, concluiu.



