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Haddad diz que Caixa estuda parceria com Correios para reestruturação

Ministro afirma que capilaridade da estatal postal interessa aos produtos do banco público e reforça que aval do Tesouro é condição para empréstimo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala durante reunião em Brasília-DF - 03/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que outras empresas estatais avaliam parcerias com os Correios no contexto do plano de reestruturação da companhia. Entre as interessadas, segundo ele, está a Caixa Econômica Federal, cuja atuação poderia ser integrada à ampla rede logística e de atendimento da estatal postal.

A informação foi dada durante um café de fim de ano com jornalistas e foi publicada originalmente pelo Valor Econômico, que acompanha as discussões conduzidas pela equipe econômica para enfrentar a crise financeira dos Correios. Haddad destacou que a eventual parceria ainda está em estudo e não entrou em detalhes operacionais, mas indicou o potencial estratégico da iniciativa. “A capilaridade dos Correios interessa aos produtos que a Caixa oferece”, afirmou o ministro.

A busca por alianças com outras estatais é vista pelo governo como uma das alternativas para ajudar os Correios a superar a atual situação financeira. A empresa acumula prejuízos expressivos em 2025, com perdas que ultrapassaram R$ 6 bilhões até setembro, quadro que já provocou contingenciamento de recursos do orçamento federal após o rompimento da meta das estatais.

Além das parcerias, a reestruturação envolve a contratação de um novo empréstimo. Haddad informou que o aval do Tesouro Nacional para a operação deve ser concedido até sexta-feira (19) e deixou claro que, sem essa garantia, o financiamento não será liberado. “Só vai sair empréstimo se tiver aval do Tesouro, não tem como sair esse empréstimo sem aval, não vamos aceitar a qualquer preço, deixamos isso claro ao sindicato. Ou vem a patamar adequado, ou não vamos fazer isso, por isso foi cogitado o aporte”, disse.

Atualmente, os Correios aguardam a autorização do Tesouro para que o governo federal atue como garantidor de um empréstimo de R$ 12 bilhões, proposta apresentada por cinco bancos. O valor é inferior aos R$ 20 bilhões inicialmente pretendidos pela estatal como parte do plano de reestruturação.

Questionado sobre a redução do montante e a possibilidade de novas captações no futuro, Haddad defendeu cautela e acompanhamento contínuo do processo. “Você precisa acompanhar essa reestruturação para que ela seja efetiva, para que ela resulte em algo sustentável, uma estrutura sustentável no tempo”, afirmou.

O governo avalia que a combinação entre ajustes internos, parcerias estratégicas e financiamento condicionado pode criar bases mais sólidas para a recuperação dos Correios, evitando soluções de curto prazo que não garantam equilíbrio financeiro duradouro.

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