Lauro Jardim diz que Moraes “tergiversou” sobre contato com Galípolo
Ministro do STF divulga nota, não nega conversa sobre o Banco Master e evita explicar contrato ligado à esposa
247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou uma nota oficial após vir à tona a informação de que teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, por telefone e em encontros presenciais para tratar de temas relacionados ao Banco Master. Na avaliação do colunista Lauro Jardim, o magistrado evitou responder ao ponto central da controvérsia e “tergiversou” ao se manifestar publicamente.
A análise foi publicada em seu blog, após reportagem de Malu Gaspar revelar que o Banco Master mantinha um contrato de R$ 129 milhões com Viviane Barci, esposa de Moraes, para a defesa da instituição em eventuais processos no Banco Central, Receita Federal, Cade, Ministério Público Federal e Congresso Nacional.
Segundo o colunista, a nota divulgada pelo ministro, com pouco menos de cem palavras, não nega de forma direta que tenha havido conversas com Galípolo sobre o Banco Master. Além disso, Moraes não abordou o contrato firmado com sua mulher, considerado o aspecto mais sensível do episódio, nem explicou se os contatos com o presidente do BC tiveram relação com esse vínculo profissional.
Na manifestação oficial, Alexandre de Moraes restringiu-se a afirmar que as reuniões ocorreram exclusivamente por causa da aplicação da Lei Magnitsky, norma internacional que prevê sanções contra indivíduos acusados de violações graves de direitos humanos. O ministro afirmou que os encontros tiveram caráter institucional e trataram apenas de impactos da legislação sobre o sistema financeiro.
“O ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnistiky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil, o Presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da FEBRABAN, do BTG e os vice-presidentes do Bradesco e Itaú. Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito”, diz a íntegra da nota.



