Lula avalia criar Ministério da Segurança Pública em 2026
Proposta em estudo no Planalto busca cumprir promessa de campanha e enfrentar desgaste do governo na área da segurança pública
247 - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia internamente a criação do Ministério da Segurança Pública a partir do próximo ano. A iniciativa é discutida como uma resposta às cobranças por uma atuação mais direta do Executivo federal em um dos temas que concentram maior insatisfação popular em relação à atual gestão, informa o jornal O Globo.
A proposta também está ligada a um compromisso assumido por Lula durante a campanha presidencial de 2022. A criação da nova pasta é vista por auxiliares do Planalto como um gesto político para sinalizar maior prioridade à área da segurança.
O debate, no entanto, ainda não está totalmente encerrado dentro do governo. Enquanto parte do primeiro escalão afirma que a decisão já foi tomada, outro grupo de ministros e assessores sustenta que o presidente ainda não deu a palavra final sobre o assunto. A expectativa, segundo aliados, é que Lula se manifeste definitivamente até janeiro.
Entre os argumentos contrários à implementação imediata da nova estrutura está a avaliação de que haveria pouco tempo para apresentar resultados concretos antes das eleições de outubro. Integrantes do governo também ponderam que a criação do ministério aumentaria a cobrança direta sobre o Palácio do Planalto em relação aos problemas da área, hoje compartilhados com estados e municípios.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), responsável pela articulação entre as pastas, era apontado como um dos defensores dessa posição mais cautelosa. De acordo com relatos de aliados, ele já teria sido convencido de que o ministério deverá sair do papel, mesmo diante das ressalvas iniciais.
A discussão ocorre em um momento de estagnação na recuperação da popularidade do governo. Pesquisas do instituto Quaest indicaram que a melhora registrada desde julho foi interrompida nos últimos meses, em meio ao aumento da preocupação da população com a violência. A aprovação do governo oscilou de 48% em outubro para 47% em novembro, enquanto a desaprovação passou de 49% para 50%.
O levantamento aponta que a segurança pública ganhou centralidade após uma operação policial realizada no Rio de Janeiro em 28 de outubro, que resultou em 122 mortes. No mesmo período, o percentual de brasileiros que apontam a violência como principal preocupação subiu de 30% para 38%, reforçando a pressão sobre o governo para apresentar respostas mais efetivas ao tema.



