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Lula destaca “resultado milagroso” na economia e fala em “dar salto de qualidade”

Presidente afirma que desempenho econômico superou projeções negativas e defende mudança estrutural para transformar o Brasil em país rico

Brasília (DF) - 10/12/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (18) que o Brasil encerra o ano com resultados econômicos muito acima das expectativas iniciais e atribuiu o desempenho ao trabalho de sua equipe e às decisões adotadas ainda antes da posse. Segundo ele, o país vive um “resultado milagroso”, marcado pela retomada do crescimento, queda da inflação e ampliação de indicadores sociais.

As declarações foram feitas durante entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto. Lula disse estar satisfeito com o desfecho do ano e destacou que as previsões negativas apresentadas no início do período não se confirmaram. “Estou muito feliz nesse final de ano. Minha felicidade vem, primeiro, dos bons resultados construídos pelo time que eu coloquei em campo”, afirmou.

O presidente comparou a atuação do governo a uma equipe preparada para momentos decisivos. “Pelo resultado, todo mundo foi treinado para bater pênalti, e nós não erramos nenhum pênalti”, disse, ao lembrar que as projeções econômicas feitas no começo do ano “foram erradas, não deram certo”. Para Lula, houve elementos inéditos na condução do país, começando pelo fato de a gestão ter começado antes mesmo da posse formal.

Nesse contexto, ele ressaltou a construção da PEC da Transição como essencial para viabilizar o primeiro ano de governo. “Fomos obrigados a participar da construção de uma PEC da Transição para que a gente pudesse governar o primeiro ano, inclusive para pagar a dívida do governo anterior. Foi um milagre, com um Congresso adverso”, declarou.

Lula também criticou o que classificou como uma cultura de pessimismo em relação à economia brasileira. Segundo ele, projeções costumam “nivelar as coisas por baixo”. O presidente lembrou que o país não registrava crescimento acima de 3% desde 2010, último ano de seu segundo mandato. “De lá para cá só voltou quando eu voltei a ser presidente”, afirmou. Para ele, o papel do chefe do Executivo não é dominar tecnicamente a economia, mas formar uma equipe capaz de apresentar resultados. “Um presidente não tem que entender de economia. Tem que entender de montar um time para poder ganhar o jogo.”

Ao avaliar o cenário herdado, Lula afirmou que o Brasil foi “semi-destruído, em todas as áreas”, e defendeu que a recuperação passa por colocar recursos em circulação. “Esse é o resultado milagroso desse país: fazer o dinheiro circular na mão das pessoas, para que a roda da economia comece a circular e todo mundo possa viver decentemente”, disse.

O presidente enumerou princípios que, segundo ele, orientam a política econômica do governo: estabilidade fiscal, econômica, jurídica, social e previsibilidade. De acordo com Lula, essas diretrizes têm sido aplicadas de forma transparente e em diálogo constante com o Congresso Nacional. “É tudo à luz do dia e conversado com o Congresso. Acho que o Congresso nunca teve tanta reunião com ministros quanto tem agora”, afirmou.

Lula destacou ainda o alto índice de aprovação das matérias econômicas enviadas pelo Executivo ao Legislativo. “Nós conseguimos aprovar 99% de tudo que o governo mandou de interesse econômico para o Congresso, a começar pela reforma tributária, que ninguém acredita”, disse. Ele atribuiu o resultado à negociação com parlamentares e partidos e elogiou a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Tudo que ele disse que ia me entregar para provar que esse país trata com seriedade a economia foi entregue”, afirmou.

Ao projetar os próximos anos, Lula avaliou que futuros governos encontrarão um país com outra lógica de gestão. Segundo ele, a reforma do sistema tributário tende a tornar a cobrança de impostos mais equilibrada. “Não será apenas a classe média e a classe trabalhadora que pagam Imposto de Renda. Está mais ou menos repartido entre a sociedade quem paga tributos”, declarou.

O presidente também listou indicadores que, segundo ele, refletem a melhora do cenário econômico e social: “Estamos hoje com a menor inflação acumulada em quatro anos na história do Brasil, com a maior massa salarial, com o menor nível de desemprego da história, com o menor nível de pobreza, tiramos o país pela segunda vez do Mapa da Fome”. Lula mencionou ainda avanços na inovação, recordes na produção agrícola e no comércio exterior, além do volume de investimentos estrangeiros. “Somos o segundo país em recebimento de investimento direto, só perdemos para os Estados Unidos”, afirmou.

Por fim, Lula defendeu que o próximo desafio é estrutural. “Falta começar a discutir o salto de qualidade que a gente tem que dar para tirar o país de ser um país em desenvolvimento e se transformar em um país rico. Depende de nós”, disse. Ao encerrar a entrevista, o presidente reforçou o tom otimista. “Vamos terminar o ano muito mais feliz do que eu imaginava.”

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