Malafaia defende recuo de Flávio e aposta em Tarcísio para 2026
Pastor afirma que senador não tem musculatura política para vencer Lula
247 - O pastor Silas Malafaia, uma das principais lideranças da extrema direita brasileira e aliado de Jair Bolsonaro (PL), defendeu nesta terça-feira (16) que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reveja sua intenção de disputar a Presidência da República. Em entrevista à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, Malafaia disse que o parlamentar deveria abrir espaço para uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado mais competitivo no atual cenário eleitoral.
Avaliação eleitoral e rejeição nas pesquisas
Segundo Malafaia, Flávio Bolsonaro reúne qualidades pessoais, mas não possui força política suficiente para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a rejeição eleitoral é um fator determinante, e nesse quesito Tarcísio de Freitas aparece em situação mais favorável.
“Você pega a última pesquisa que saiu. Qual é a rejeição do Flávio? É a mesma de Bolsonaro e a de Lula, que é grande também. A de Tarcísio é bem abaixo. E rejeição é uma coisa importante. É como se o povo dissesse o seguinte, na minha percepção. ‘Nós não queremos Lula, mas também não queremos um Bolsonaro para presidente’. É uma percepção minha”, afirmou.
O pastor também chamou atenção para a reação do governo federal ao anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro. “Eu não vi ninguém do governo Lula atacar Flávio [após o anúncio da candidatura]. Que coisa interessante. É como se dissessem: ‘É esse aí mesmo, é esse que nós queremos’”, declarou.
Defesa de Tarcísio e Michelle como alternativa
Para Malafaia, a direita deveria apostar em uma chapa encabeçada por Tarcísio de Freitas, tendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como vice. Segundo ele, a composição teria maior capacidade de dialogar com diferentes segmentos do eleitorado.
“Uma chapa para ser combativa, para ganhar uma eleição: Tarcísio [candidato] e Michelle como vice. A Michelle encarna [o voto de] mulheres, direita, é evangélica e é filha de nordestino”, disse.
Críticas à estratégia de Flávio Bolsonaro
O líder religioso também criticou a forma como a pré-candidatura do senador foi anunciada, avaliando que faltou diálogo interno no campo conservador. “O momento requer conversas. Falar com todas as lideranças que depois apoiaram Bolsonaro. Achei um movimento errado. O Bolsonaro está emocionalmente debilitado, porque é vítima de injustiça. Então acho que foi errado e não vou engolir. Não é assim, não”, afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de atuar diretamente para convencer Flávio Bolsonaro a desistir da disputa, Malafaia afirmou que não pretende se envolver nos bastidores políticos. Segundo ele, sua atuação se dará no debate público, para estimular a reflexão dentro da direita.
O pastor também rebateu críticas de eleitores conservadores que classificam Tarcísio de Freitas como um político de centro. Para sustentar o argumento, citou a composição do governo Bolsonaro. “Bolsonaro, quando era presidente, governou com quem? O ministro das Comunicações era Fábio Faria, do PSD, o chefe da Casa Civil era o Ciro Nogueira, do Progressistas”, avaliou



