Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal
Ex-presidente passará por procedimento para correção de hérnias inguinais em hospital de Brasília, com retorno previsto à custódia após alta médica
247 - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a transferência de Jair Bolsonaro (PL) da unidade prisional onde está detido para o Hospital DF Star, em Brasília, com o objetivo de realizar uma cirurgia para correção de duas hérnias inguinais. A internação foi solicitada pela defesa e está prevista para esta quarta-feira, 24 de dezembro, com o procedimento cirúrgico marcado para o dia de Natal, 25.
A decisão ocorreu após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a conclusão de laudos médicos elaborados pela Polícia Federal. Segundo o despacho, Bolsonaro deverá retornar à prisão assim que receber alta médica.
Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, quando teve a prisão domiciliar revogada após danificar a tornozeleira eletrônica que utilizava. Ele permanece sob custódia na Superintendência da Polícia Federal e cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão no processo relacionado à tentativa de golpe de Estado.
A autorização para a cirurgia foi concedida depois que peritos da Polícia Federal confirmaram a existência de duas hérnias inguinais, identificadas em exames de imagem realizados em dezembro. A defesa do ex-presidente apresentou inicialmente laudos médicos e solicitou, em caráter de urgência, a permissão para o procedimento cirúrgico, considerado o único tratamento definitivo para o quadro clínico.
Alexandre de Moraes determinou que os exames fossem analisados por especialistas da PF e que Bolsonaro fosse submetido a uma perícia oficial, realizada em 17 de dezembro. Dois dias depois, com base nos laudos, o ministro reconheceu a necessidade da cirurgia em caráter eletivo, ou seja, sem emergência imediata, mas recomendada no menor prazo possível.
De acordo com o laudo pericial, embora não haja risco iminente, a equipe médica alertou para a piora progressiva do quadro e para a possibilidade de complicações caso o procedimento fosse adiado. Os peritos apontaram que a cirurgia deveria ser previamente agendada, condição atendida pela defesa ao indicar as datas posteriormente autorizadas pelo STF.
Na mesma decisão, Moraes negou o pedido dos advogados para converter a pena em prisão domiciliar. O ministro argumentou que a legislação prevê esse benefício apenas para condenados que cumprem pena em regime aberto, o que não se aplica à situação de Bolsonaro.
A perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente apresenta hérnia inguinal bilateral, condição caracterizada pela protrusão de tecido interno por um ponto enfraquecido da musculatura abdominal, podendo causar dor e desconforto. Exames realizados em agosto de 2025 não indicavam o problema, mas avaliações clínicas em novembro apontaram uma hérnia unilateral. Em dezembro, exames de imagem confirmaram a evolução para ambos os lados da região inguinal.



