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MPF recorre contra soltura de Vorcaro e dirigentes do Master

Ministério Público Federal afirma que só a prisão evita fuga e destruição de provas em fraude bilionária

Daniel Vorcaro (Foto: Divulgação (Banco Master))

247 - O Ministério Público Federal (MPF) entrou com recurso para reverter a decisão que garantiu a liberdade de Daniel Vorcaro e de quatro executivos do Banco Master, todos investigados por uma fraude estimada em R$ 12 bilhões.A movimentação do MPF ocorre após a desembargadora Solange Salgado da Silva autorizar, na sexta-feira (28), a soltura dos envolvidos mediante uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições, como a proibição de deixar o país. As informações são do G1.

Em sua decisão, ela afirmou que, “embora inegável a gravidade dos fatos e o vultoso montante financeiro envolvido”, a adoção de medidas alternativas seria “suficiente para, atualmente, acautelar o meio social, prevenir eventual reiteração delitiva, garantir a ordem econômica, garantir o regular prosseguimento da persecução penal e coibir o risco de fuga”.

Recurso do MPF contesta decisão da desembargadora

O MPF discorda do entendimento e afirma que a prisão preventiva é necessária diante da complexidade e do alcance da suposta organização criminosa. Para a Procuradoria Regional da República, há risco elevado de fuga, destruição de provas e ocultação de bens ainda não apreendidos.

No documento, os procuradores sustentam que a liberdade dos acusados ameaça a efetividade da investigação. “Diante do quadro fático e do perfil dos investigados, com acesso a sofisticados meios logísticos, financeiros e tecnológicos, a crença de que medidas cautelares diversas da prisão sejam suficientes à tutela da ordem pública, da ordem econômica, da instrução criminal e da aplicação da lei penal contradiz a situação fática e jurídica acima narrada”, argumentou o órgão.

Procuradores apontam risco de fuga e destruição de provas

A Procuradoria reforçou que a prisão seria a única forma de impedir novos avanços da suposta organização e garantir a preservação de elementos essenciais para o processo. “Todavia, sob a ótica da proporcionalidade e da prevenção de riscos concretos, a segregação cautelar representa, no caso, a única medida com potencial real de dificultar significativamente a fuga, reduzir drasticamente a capacidade de comando direto da organização criminosa e mitigar a destruição de provas, desvio de recursos e a obstrução da instrução”, registrou o MPF.

Além de Vorcaro, o recurso pede novamente a prisão de Augusto Ferreira Lima, ex-CEO e sócio do Master; Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia; Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria; e Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, sócio do banco.

Investigados seguem sob medidas cautelares

Os executivos continuam sujeitos às medidas restritivas enquanto aguardam o julgamento da 10ª Turma do TRF-1, previsto para a próxima semana, que definirá se eles retornarão ou não à custódia preventiva.

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