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No dia do gesto supremacista no Senado, Ernesto Araújo usou expressão dos fascistas italianos

O ministro Ernesto Araújo, em sessão no Senado na qual o assessor Filipe Martins fez gesto de supremacistas brancos, usou a sigla “SPQR”, popularizada pelo regime fascista de Benito Mussolini, na Itália

Ernesto Araújo e Filipe Martins (Foto: Divulgação)

247 - Durante sessão no Senado na qual o assessor Filipe Martins fez gesto de supremacistas brancos, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, usou uma frase altamente usada durante o primeiro regime fascista da história, a Itália de Benito Mussolini.

O ministro mencionou a expressão em latim “Senatus Populus que Romanus” (SPQR), que quer dizer "o Senado e o povo". Apesar da expressão ter origem no Império Romano, não há consenso sobre seu uso expressivo durante este período. Por outro lado, durante a ditadura fascista de Mussolini, a sigla SPQR era extremamente comum, justamente porque passava a ideia central de ideologia fascista: a elite (do Senado romano) e a plebe unidas - isto é, a abolição de lutas entre classes sociais.

Esta ideia foi usada pelos regimes fascistas ao longo da história para justificar os ataques contra os movimentos de luta dos trabalhadores, que estariam dividindo a nação ao lutar por seus interesses, em movimentos grevistas, etc.

Pai de chanceler protegeu nazista

Investigação da Folha de S. Paulo revelou que Henrique Fonseca de Araújo, pai do chanceler, foi procurador da República em pleno regime militar brasileiro e negou, em 1978, pedido de extradição a quatro países que queriam julgar o comandante de um campo de concentração nazista Gustav Wagner.

Wagner fugiu para o Brasil e era acusado por crimes contra a Humanidade. Responsável pela morte de 250 mil prisioneiros, o genocida nazista acumulava mais de mil páginas de processo. Ele foi protegido pelo governo Brasileiro sob justificativas burocráticas ou claramente falsas, como a de que o crime estava prescrito ou faltava documentação que fundamentasse a extradição. 

Crise com o Congresso

A relação entre Araújo e o Congresso se desgastou totalmente e a saída do diplomata do Ministério das Relações Exteriores já é vista como iminente

Os chefes das duas Casas Legislativas, Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (DEM), presidente do Senado, pressionam Jair Bolsonaro pela saída de Araújo do governo.

Apesar da disposição de Bolsonaro para exonerar o assessor especial da Presidência, Filipe Martins, ele ainda busca uma saída para o chanceler, mas já sonda deixar o ministro fora do Itamaraty.

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