Silêncio de Fachin sobre caso Master preocupa ministros do STF que defendem Moraes
No STF, ministros avaliam que a falta de um posicionamento explícito de Fachin contribui para ampliar tensões internas
247 - A ausência de uma manifestação pública do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, tem causado inquietação entre integrantes da Corte que defendem uma posição mais firme em apoio ao ministro Alexandre de Moraes. Nos bastidores, a avaliação é de que o silêncio prolongado ocorre em um momento sensível, marcado por debates institucionais e por tentativas de associação entre o magistrado e temas externos ao tribunal. As informações são da jornalista Daniela Lima, do UOL.
Relatos sobre encontros e supostas articulações foram negados de forma categórica pelo próprio ministro, pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e também pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues.
Alexandre de Moraes manteve reuniões com o presidente do Banco Central, mas o foco central das conversas foi a aplicação da lei Magnitsky pelos Estados Unidos, inicialmente contra o ministro e, posteriormente, envolvendo sua esposa e negócios da família. Nesse contexto, o caso do Banco Master foi mencionado, ainda que não como tema principal.
Durante esse período, a tentativa de compra do Banco Master era amplamente debatida em Brasília. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, chegou a defender publicamente o negócio, posição compartilhada por parlamentares de diferentes partidos no Congresso Nacional. Apesar disso, a operação não avançou.
O Banco Central apontou irregularidades e riscos na transação, o que levou à decisão de liquidar o Banco Master. Em março, a autoridade monetária também encaminhou um conjunto de informações que deu origem a investigações da Polícia Federal sobre a gestão da instituição financeira.
A situação ganhou ainda mais atenção após a contratação de Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, pelo Banco Master. Advogada, ela foi contratada para atuar exclusivamente na esfera criminal. Segundo o ministro, Viviane jamais exerceu qualquer papel na defesa dos interesses do banco junto ao Banco Central ou no âmbito do Supremo Tribunal Federal.
No STF, ministros avaliam que a falta de um posicionamento explícito de Fachin, em meio a esse cenário, contribui para ampliar tensões internas e alimentar interpretações externas sobre o papel da Corte. A expectativa, segundo relatos de bastidores, é de que a presidência do tribunal atue para preservar a imagem institucional e evitar que debates administrativos e investigações em curso sejam usados para desgastar a atuação de seus membros.



