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Três Poderes evitam enfrentar caso Banco Master, afirma Alessandro Vieira

Senador diz que volume bilionário e possível conivência estatal travam apurações e defende criação de CPI para investigar movimentações financeiras

Alessandro Vieira (Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado)

247 - O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou que há um ambiente de temor entre os Três Poderes da República para avançar nas investigações envolvendo o Banco Master, devido ao alto volume de recursos financeiros movimentados pela instituição e à complexidade do caso. A declaração foi feita durante entrevista à CNN, na noite de segunda-feira (22), em meio ao debate sobre grandes investigações em curso no país.

Segundo o parlamentar, a apuração do caso Banco Master se soma a outros dois episódios de grande repercussão nacional, que também envolvem cifras bilionárias e possíveis irregularidades: os desvios em emendas parlamentares e as fraudes no INSS. 

Vieira destacou que, diferentemente das apurações relacionadas às emendas e ao INSS, o caso Banco Master ainda carece de investigações mais profundas. Para ele, o receio institucional impede que o tema seja enfrentado com a mesma intensidade.

Durante a entrevista, o senador foi enfático ao apontar a dimensão do suposto esquema. “Ninguém coloca de pé um esquema de crime deste tamanho, sem conivência do aparelho estatal”, afirmou, ao sugerir que a complexidade das operações indica a participação ou omissão de agentes públicos.Vieira também alertou para a necessidade de impedir a continuidade desse tipo de prática. “Não dá para permitir esse tipo de atuação e esse nível de promiscuidade”, declarou, defendendo que as investigações avancem de forma efetiva e alcancem todos os responsáveis, independentemente do cargo ocupado.O parlamentar ressaltou ainda que o montante de recursos envolvidos é expressivo e reforçou a necessidade de uma apuração parlamentar específica. “O volume de recursos que passou por ali é imenso”, disse, ao defender a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para examinar detalhadamente as movimentações financeiras do Banco Master.

As declarações do senador reacendem o debate sobre a necessidade de maior transparência e rigor na fiscalização de instituições financeiras e sobre o papel dos Poderes da República no enfrentamento de suspeitas que envolvem grandes volumes de recursos públicos e privados.

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