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Brasil corre contra o tempo para cortar emissões, diz Marina Silva

Na COP 30, ministra afirma que país está “há 30 anos atrasado” e defende mapa global para abandonar combustíveis fósseis

Marina Silva - 17/09/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

247 – A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que o mundo vive um atraso histórico na implementação de medidas estruturais para enfrentar a crise climática. A declaração foi dada nesta terça-feira (18/11), durante a COP 30, em Belém (PA), logo após o evento Balanço Ético Global: Um Mutirão Ético pela Ação Climática. As informações são da Agência Gov.

Segundo Marina, as últimas décadas foram marcadas por lentidão e indefinição na transição para modelos energéticos sustentáveis. “Nós estamos há 30 anos atrasados e agora temos pressa”, afirmou a ministra, reforçando o caráter urgente da redução de emissões de CO₂ e da superação da dependência de combustíveis fósseis.

Urgência por um “mapa do caminho” para abandonar combustíveis fósseis

Marina destacou que, apesar dos avanços pontuais, o esforço global para romper com a queima de combustíveis fósseis e eliminar o desmatamento ainda não ganhou a velocidade necessária.
“Durante todos esses anos, implementar os esforços para sair da dependência do uso de combustível fóssil e de desmatamento ainda estava à deriva”, observou.

A ministra enfatizou que, pela primeira vez, há a proposta conjunta de construir um mapa do caminho para essa transição.
“Pela primeira vez se propõe que se faça um mapa do caminho para sair da dependência do uso de combustível fóssil e de desmatamento”, ressaltou.

Relatório do Balanço Ético Global e caminhos para o Acordo de Paris

O evento apresentou recomendações do Relatório do Balanço Ético Global (BEG), construído como um instrumento de compromisso permanente entre governos, sociedade civil, setor privado e comunidade científica. O documento busca orientar os países no cumprimento do Acordo de Paris, tratado adotado em 2015 durante a COP 21, que rege a redução de emissões a partir de 2020.

O Acordo tem como principal objetivo manter o aquecimento global em até 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, limite considerado crucial para evitar impactos irreversíveis no clima.

NDCs 3.0: metas mais ambiciosas contra o aquecimento global

Na COP 30, que segue até 21 de novembro, os países devem apresentar suas NDCs 3.0, a nova rodada de metas nacionais de redução de emissões. A exigência central é que essas metas sejam mais ambiciosas, progressivas e capazes de orientar trajetórias de descarbonização compatíveis com o limite de 1,5ºC.

Marina reforçou que as metas só terão eficácia com planos concretos de transição. “Nós temos metas de zerar emissões até 2050, mas é preciso que se tenha os indicadores de esforços de como vamos alcançar isso para além das NDCs, inclusive promovendo processos de diversificação econômica, criando meios para que todos possam fazer suas transições justas, principalmente pensando naqueles que são mais vulneráveis”, afirmou.

Desafios globais e brasileiros para uma transição justa

A fala de Marina Silva sintetiza o principal eixo das discussões da COP 30: acelerar a descarbonização global, aumentar a cooperação entre países e garantir que populações vulneráveis tenham condições de participar de uma transição energética justa.

O debate também reforça o papel estratégico do Brasil, país que sediará até o fim da semana um dos encontros climáticos mais decisivos desde Paris, consolidando-se como ator central na construção de soluções sustentáveis.

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