Rui Costa Pimenta denuncia perseguição política e defende Alysson Mascaro após demissão sumária da USP
Dirigente do PCO afirma que processo foi baseado em acusações frágeis, sem provas, e alerta para precedente autoritário dentro da universidade
247 – O presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, saiu em defesa do professor Alysson Mascaro, demitido da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), e classificou o caso como uma perseguição política grave, sem base factual e com consequências perigosas para a liberdade acadêmica no país. As declarações foram feitas durante o programa Análise política da semana, exibido pela Causa Operária TV no último sábado (13), no YouTube.
Segundo Rui, o processo que levou à demissão de Mascaro foi construído a partir de denúncias frágeis, anônimas e desprovidas de qualquer prova concreta. Ele afirmou que o episódio representa um verdadeiro “processo de caça às bruxas” dentro de uma das principais instituições de ensino do país.
“O processo é ridículo. Basta ler as acusações para ver que não há nenhum elemento que possa ser caracterizado como crime”, afirmou Rui Costa Pimenta, ao comentar as denúncias que embasaram a decisão da USP.
Acusações sem provas e contradições evidentes
Durante sua análise, Rui destacou que não houve qualquer comprovação material das acusações contra Alysson Mascaro e lembrou que mensagens enviadas pelo próprio denunciante ao professor, posteriormente, contradizem frontalmente a narrativa de violência.
“A defesa mostrou que, na época, o denunciante não reclamou de nada, não denunciou nada, pelo contrário, mandou mensagens agradecendo, elogiando a estadia. Pessoa que sofreu violência não manda esse tipo de mensagem”, afirmou.
Para Rui, a inclusão posterior de acusações mais graves no processo revela a fragilidade da denúncia inicial. “A acusação de estupro foi incluída depois, porque as primeiras denúncias eram extremamente fracas. Não houve nenhuma corroboração factual”, disse.
Precedente autoritário dentro da universidade
O dirigente do PCO alertou que o caso ultrapassa o drama pessoal vivido por Alysson Mascaro e cria um precedente perigoso para todo o ambiente universitário.
“O prejuízo pessoal é enorme, mas o problema é coletivo. É o início de um precedente em que qualquer professor pode perder o emprego com base em acusações infundadas”, afirmou.
Rui chegou a afirmar que a situação é ainda mais grave do que durante o período da ditadura militar. “Na ditadura, a perseguição era política e assumida. Aqui, estamos falando de acusações completamente infundadas de violência sexual, usadas como instrumento de destruição moral”, declarou.
Disputa de poder e lobby dentro da USP
Na avaliação de Rui Costa Pimenta, o caso não se explica apenas por divergências ideológicas, mas por uma disputa interna de poder na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
“O que está acontecendo é a ação de um lobby interno, ligado ao grande capital, que busca se apoderar do controle total da faculdade e expulsar figuras inconvenientes”, afirmou. Segundo ele, Mascaro teria se tornado um obstáculo por sua postura crítica.
“Em São Paulo, vigora o pensamento único. Quem critica, quem não aplaude, é eliminado”, disse Rui, associando o episódio a outros casos recentes de perseguição no meio cultural e acadêmico paulista.
Política de cancelamento e ataque às liberdades democráticas
Rui também relacionou a demissão de Alysson Mascaro a um processo mais amplo de cerceamento das liberdades democráticas no Brasil.
“Essa política de cancelamento é uma política persecutória, ditatorial e profundamente antidemocrática. Não é para defender ninguém, é para controlar politicamente todo mundo”, afirmou.
Ao final, o dirigente defendeu que o caso seja denunciado publicamente e que haja mobilização contra a decisão da USP. “Não se pode permitir que uma universidade pública promova esse tipo de perseguição. É uma ameaça a professores, estudantes e à sociedade como um todo”, concluiu.
A íntegra das declarações de Rui Costa Pimenta pode ser assistida no programa Análise política da semana, exibido pela Causa Operária TV no YouTube.


