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Correios aprovam empréstimo de R$ 20 bi para reestruturação

Operação envolve cinco bancos e terá garantia do Tesouro

Trabalhadores dos Correios (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

247 - O conselho de administração dos Correios aprovou, neste sábado (29), a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões para reforçar o caixa e sustentar o processo de reestruturação da estatal. A iniciativa ocorre no momento em que a empresa enfrenta sucessivas dificuldades financeiras e vê crescer a necessidade de reorganizar sua gestão interna.

Segundo a Folha de S. Paulo, a proposta aprovada foi apresentada por um consórcio formado por Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. O valor atende integralmente a demanda dos Correios e contará com garantia do Tesouro Nacional, que assumirá os pagamentos em caso de inadimplência da estatal.

Condições mais flexíveis e melhora no custo da operação

De acordo com a reportagem, a taxa de juros ficou ligeiramente abaixo dos 136% do CDI inicialmente discutidos, e as instituições financeiras flexibilizaram exigências que vinham sendo consideradas excessivas. Antes, o grupo pressionava por metas de lucro e pela utilização de recebíveis futuros como garantias adicionais — mecanismo incomum em operações que contam com aval soberano.

Essa mudança de postura foi interpretada como sinal de confiança na capacidade de recuperação da empresa, embora o custo financeiro permaneça elevado e próximo dos níveis antes propostos.

Mudanças no consórcio e histórico de negociações

A Caixa Econômica Federal participou das conversas preliminares, mas não continuou nas etapas seguintes. A primeira rodada de negociações envolveu Banco do Brasil, BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil, que chegaram a aceitar conceder o valor requerido. Ainda assim, a direção dos Correios buscou uma nova rodada para tentar reduzir custos, o que levou à entrada do Safra na composição final do consórcio.

Três bancos — BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil — já são credores da estatal em uma operação de R$ 1,8 bilhão firmada no primeiro semestre, que deve ser quitada com recursos do novo empréstimo.

Prejuízos crescentes e necessidade de reestruturação

A situação financeira da empresa tem se deteriorado desde 2022. Entre janeiro e setembro deste ano, o saldo negativo já alcançava R$ 6,1 bilhões. Para as instituições participantes, o plano de reestruturação é o elemento central na avaliação da capacidade de pagamento dos Correios e na definição das condições da operação.

Próximos passos do governo

Ainda de acordo com a reportagem, o governo deve editar um decreto e uma portaria interministerial para permitir a concessão da garantia do Tesouro Nacional e formalizar o empréstimo. A medida é vista como essencial para que a estatal consiga dar continuidade ao seu plano de recuperação e estabilizar sua operação.

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