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Efeito Flávio Bolsonaro faz bolsa perder R$ 183 bilhões em um dia

Anúncio da candidatura do senador em 2026 provoca forte aversão a risco e derruba principais ações da B3

Flávio Bolsonaro (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

247 – A sexta-feira (5) terminou em tensão máxima no mercado financeiro brasileiro, com a B3 registrando uma das quedas mais intensas dos últimos anos. O movimento foi deflagrado após o anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi escolhido pelo pai para disputar a Presidência da República em 2026, desencadeando um efeito dominó sobre ações de praticamente todos os setores.

As informações são do portal InfoMoney, que detalhou o impacto imediato do chamado “efeito Flávio 2026” sobre o valor de mercado das companhias listadas e o comportamento dos principais índices.

Ibovespa registra pior tombo diário desde 2021

O Ibovespa recuou 4,31%, fechando aos 157.369,36 pontos, após ter renovado o recorde histórico mais cedo, quando chegou a 165.035,97 pontos. No pior momento, tocou 157.006,61 pontos, refletindo a reversão abrupta de expectativas ao longo da tarde.

Com a queda generalizada, o valor total de mercado da B3 despencou de R$ 4,93 trilhões para R$ 4,74 trilhões, uma redução equivalente a R$ 182,7 bilhões em apenas um pregão.

Itaú e Petrobras concentram 20% das perdas do dia

As maiores baixas em valor de mercado foram lideradas pelo Itaú (ITUB4), que encolheu R$ 19,1 bilhões, seguido pela Petrobras (PETR3; PETR4), que perdeu R$ 17,7 bilhões. Juntas, as duas companhias — historicamente entre as maiores da bolsa — responderam por aproximadamente 20% de todas as perdas do pregão.

O setor bancário como um todo senteu o impacto:

  •  Bradesco (BBDC4): - R$ 11,0 bilhões
  •  Banco do Brasil (BBAS3): - R$ 9,2 bilhões
  •  BTG Pactual (BPAC11): - R$ 7,2 bilhões

A gestora Elos Ayta destacou que o movimento atingiu companhias de diferentes segmentos, como Axia Energia (AXIA3), que perdeu R$ 7,9 bilhões, e Rede D’Or (RDOR3), que recuou R$ 7,3 bilhões.

Maiores quedas percentuais: Yduqs e Azzas lideram a sangria

Percentualmente, o pior desempenho foi o da Yduqs (YDUQ3), que afundou 10,84%, pressionada pela disparada dos juros futuros. Logo atrás veio Azzas (AZZA3), com queda de 9,96%, em meio à notícia do Brazil Journal sobre a venda de participação do fundo canadense CPPIB.

Outras quedas de destaque:

  •  Banco do Brasil (BBAS3): -7,07%
  •  Bradesco (BBDC4): -5,97%
  •  Itaú (ITUB4): -4,62%
  •  Santander (SANB11): -4,41%

Ao todo, 38 ações do Ibovespa recuaram mais de 5% no pregão.

Ações que desafiaram o colapso: apenas quatro fecharam em alta

Enquanto a maior parte da bolsa desabava, apenas quatro papéis fecharam no azul:

  •  WEG (WEGE3): +2,64%
  •  Suzano (SUZB3): +1,94%
  •  Klabin (KLBN11): +1,47%
  •  Braskem (BRKM5): +0,77%

A alta de WEG, Suzano e Klabin foi favorecida pela valorização do dólar, que subiu mais de 2% e encerrou o dia em R$ 5,43.

Petrobras admite possibilidade de assumir operação da Braskem

Em meio ao caos do pregão, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a estatal considera “possível” assumir a operação da Braskem, da qual é sócia. Ela ponderou, no entanto, que o assunto ainda está em discussão.

“Olha só, esse é um assunto em discussão, que não está fechado, então qualquer coisa que eu diga a esse respeito não seria mais do que especulação”, disse a executiva após evento na Firjan, no Rio de Janeiro.

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