Galípolo endurece posição e defende 'sinalização' antes de reduzir Selic
Taxa de juros permanece travada há quatro a 15%
247 - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, voltou a pisar nos freios nesta segunda-feira (1), em meio às pressões por uma redução da taxa Selic, que permanece travada a 15% há quatro reuniões consecutivas do Comitê de Política Monetária (Copom).
Galípolo disse, em evento promovido pela XP Investimentos, em São Paulo-SP, que já faz "algum tempo" que a autoridade monetária mantém o termo “bastante” em suas comunicações oficiais ao defender uma taxa de juros restritiva por período “bastante prolongado”, de acordo com declarações divulgadas pela agência Reuters.
Ele disse que o BC 'não tem sinalização' sobre o próximo passo para os juros básicos e segue analisando a evolução de dados. “Você está falando assim: o ‘bastante prolongado’, já faz algum tempo que o ‘bastante’ está ali, então você está considerando que faz algum tempo, é isso mesmo", disse ele ao responder a uma pergunta sobre a comunicação do BC. "O ‘bastante’, não é que ele zera a cada nova reunião que a gente escreve, ele não zera a cada reunião."
Mais cedo nesta segunda, as expectativas de inflação para este ano e 2026 voltaram a cair no Boletim Focus, que o BC divulgou, indo ainda mais abaixo do teto da meta.
O levantamento apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2025 caiu a 4,43% e para 2026 foi a 4,17%, de 4,45% e 4,18% na semana anterior. A expectativa para a alta do IPCA em 2027 permaneceu em 3,80% e para 2028 segue em 3,50%, de acordo com a agência.
A pesquisa mostrou ainda manutenção das projeções para a taxa básica de juros, com expectativa de que a Selic termine este ano nos atuais 15% e, em 2026, a 12%.



