Haddad condiciona aporte aos Correios à reestruturação
Ministro afirma que auxílio financeiro será menor que R$ 6 bilhões e só ocorrerá após aprovação do plano
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que qualquer liberação de recursos para os Correios estará atrelada à aprovação do plano de reestruturação da estatal. Segundo o jornal O Globo, Haddad indicou que existe margem fiscal para um aporte ainda este ano, mas enfatizou que a decisão só será tomada após a validação do plano que redesenhará a gestão da companhia. Ele também reforçou que o valor ficará abaixo dos R$ 6 bilhões solicitados pela direção.
Aporte emergencial depende do plano de reestruturação
Diante da maior crise financeira de sua história, os Correios aguardam recursos emergenciais do Tesouro Nacional para honrar despesas como salários, 13º e pagamentos a fornecedores. A direção da estatal avaliou que não há mais tempo para concluir tratativas com bancos para viabilizar um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia do governo.
Haddad, porém, destacou que qualquer decisão seguirá condicionada ao redesenho da estatal. “O Tesouro está encarregado do plano de reestruturação. Nós sempre estamos condicionando tudo ao plano de reestruturação. Os Correios precisam mudar, precisam ser reestruturados. Está tudo caminhando bem, mas com detalhes para acertar”, afirmou.
Sobre o valor, o ministro foi direto ao afirmar que “o valor é inferior a isso (R$ 6 bilhões)”, disse ao comentar o montante que poderá ser disponibilizado para garantir o funcionamento da estatal enquanto avançam negociações com instituições financeiras.
Crise financeira pressiona decisões
O governo vinha resistindo à ideia de aportar recursos diretamente nos Correios devido às limitações orçamentárias e ao fato de a empresa integrar o grupo de estatais com autonomia para gerar receitas próprias. Contudo, interlocutores afirmam que um decreto emergencial permite o aporte, desde que vinculado a um plano formal de recuperação, condição que o Ministério da Fazenda considera indispensável.
A injeção emergencial daria fôlego temporário à estatal, garantindo a continuidade das operações até que o governo conclua as negociações por um financiamento de maior volume.
Reuniões no Congresso definem próximos passos
As declarações foram dadas após reunião de Haddad com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O encontro tratou da votação do Orçamento de 2026, prevista para a próxima semana.
O ministro explicou que a aprovação de projetos como o que revê isenções fiscais — com estimativa de gerar R$ 20 bilhões em receitas adicionais — é essencial para assegurar a coerência do texto orçamentário. “O que precisa ficar claro é que a peça orçamentária tem uma coerência interna. Pode deixar de votar? Pode, mas aí tem que acertar a peça orçamentária”, afirmou.
PL do devedor contumaz
Haddad reiterou ainda que o governo pretende votar o projeto contra o devedor contumaz nesta terça-feira e concluir a etapa final da Reforma Tributária na quarta. “Benefícios fiscais têm que ser essa semana, até porque tem que ir para o Senado”, destacou.



