Cessar-fogo na Ucrânia agora é “irrealista”, diz embaixador da Rússia na ONU
Vassily Nebenzia rebate declaração de Trump e afirma que Kiev não respeita sequer moratórias limitadas sobre infraestrutura energética
247 - Durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas realizada nesta quinta-feira (18), em Nova York, o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, afirmou que um cessar-fogo na Ucrânia é “simplesmente irrealista” no cenário atual. A declaração foi dada em resposta às palavras do presidente dos EUA, Donald Trump, que, mais cedo, sugeriu que um cessar-fogo estaria se aproximando e que sua administração “forneceria atualizações em breve”.
As informações foram divulgadas originalmente pela agência Sputnik Internacional, que acompanha os desdobramentos do conflito e as discussões diplomáticas no âmbito da ONU.
“Não posso falar em nome do presidente Trump. Ele sabe mais... O quão perto estamos do cessar-fogo é uma grande questão para mim, pessoalmente”, afirmou Nebenzia durante a sessão do Conselho. O diplomata russo fez questão de lembrar que, mesmo quando houve tentativas de trégua em áreas específicas, como a infraestrutura energética, os compromissos não foram respeitados por parte de Kiev.
“Tivemos uma tentativa de cessar-fogo limitado, em infraestrutura energética, que não foi observada pelo lado ucraniano. Então, nessas circunstâncias, falar sobre um cessar-fogo é simplesmente irrealista”, declarou o embaixador, em tom crítico.
A fala de Nebenzia acontece em um contexto de intensificação dos ataques ucranianos, mesmo diante de uma moratória anunciada anteriormente. Segundo dados divulgados também pela Sputnik, a Ucrânia atacou a infraestrutura energética russa ao menos sete vezes no último dia, desafiando os apelos por moderação.
A nova rodada de trocas de declarações entre Washington e Moscou mostra que, apesar das especulações sobre um possível cessar-fogo, as posições seguem distantes. A Rússia mantém sua postura de ceticismo em relação às promessas ocidentais, enquanto Trump tenta se apresentar como um ator capaz de promover uma solução, ainda que não tenha apresentado detalhes sobre sua proposta de trégua.
Até o momento, não há confirmação oficial de conversas diretas entre Washington e Moscou com o objetivo de negociar os termos de um cessar-fogo. Tampouco há sinal de que o governo ucraniano esteja disposto a recuar em sua estratégia de confrontos militares em áreas sensíveis, como a rede elétrica da Federação Russa.
A declaração de Nebenzia deve ecoar nas próximas sessões do Conselho de Segurança e poderá dificultar ainda mais as iniciativas diplomáticas voltadas à desescalada do conflito. O impasse continua, e a expectativa de paz permanece distante do horizonte.



