China e Rússia reforçam patrulha aérea em ação contra provocações do Japão
Movimentos militares chineses ganham destaque em meio à escalada retórica japonesa sobre segurança regional
247 - Bombardeiros russos e chineses realizaram um voo coordenado de longa distância no Pacífico, em mobilização interpretada pelo governo japonês como um gesto calculado de pressão militar, informa a Reuters.
Dois bombardeiros estratégicos russos Tu-95, com capacidade nuclear, partiram do Mar do Japão rumo ao Mar da China Oriental, onde se encontraram com dois bombardeiros chineses H-6 para executar a missão conjunta. De acordo com o ministério japonês, quatro caças J-16 da China escoltaram a formação em um trajeto de ida e volta entre as ilhas de Okinawa e Miyako, no Estreito de Miyako — área considerada internacional.
No mesmo período, autoridades japonesas registraram movimentação simultânea da Força Aérea russa no Mar do Japão, envolvendo uma aeronave A-50 de alerta aéreo antecipado e dois caças Su-30.
O aumento das operações chinesas na região veio na esteira de declarações provocativas da primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi, que no mês passado afirmou que Tóquio poderia reagir a qualquer ação militar chinesa contra Taiwan que também ameaçasse a segurança do Japão.
A cooperação militar entre China e Rússia tem se ampliado nos últimos anos. Além das patrulhas aéreas, os dois países vêm promovendo treinamentos antimísseis em território russo e exercícios navais com munição real no Mar do Sul da China, aprofundando sua coordenação estratégica em diferentes frentes da região.
Em declaração pública, o ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, afirmou no X que as manobras conjuntas são interpretadas como uma provocação direta: "têm como objetivo claro uma demonstração de força contra nossa nação, o que representa uma séria preocupação para nossa segurança nacional". Koizumi acrescentou ainda que os pilotos japoneses "implementaram rigorosamente medidas de identificação de defesa aérea".
Agências russas informaram que o voo conjunto durou oito horas, citando o Ministério da Defesa de Moscou. A Coreia do Sul também relatou incursões: sete aeronaves russas e duas chinesas entraram em sua zona de defesa aérea na terça-feira.


