Congelamento permanente de ativos russos pode causar dano irreparável à União Europeia, alerta Orbán
Primeiro-ministro da Hungria afirma que proposta em debate no Conselho Europeu ameaça o direito comunitário e a unidade do bloco
247 - O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, advertiu que uma eventual decisão do Conselho da União Europeia de tornar permanente o congelamento de ativos russos na Europa poderá provocar danos irreparáveis ao próprio bloco. A declaração foi feita nesta sexta-feira (12), em meio a discussões internas sobre o futuro das sanções financeiras adotadas contra a Rússia.
Segundo Orbán, o tema está sendo analisado por meio de um procedimento que exige unanimidade entre os Estados-membros e que, até agora, vem sendo renovado a cada seis meses. As declarações do líder húngaro foram divulgadas pela agência russa TASS.
Em publicação na rede social X, Orbán afirmou que a votação prevista representa um ponto de não retorno para a União Europeia. “Hoje, os búlgaros estão cruzando o Rubicão. Ao meio-dia, ocorrerá uma votação por escrito que causará danos irreparáveis à União. O tema da votação são os ativos russos congelados, sobre os quais os Estados-membros da UE têm votado a cada seis meses e adotado uma decisão unânime”, escreveu o primeiro-ministro.
Na mesma mensagem, Orbán fez críticas diretas à atuação do Executivo europeu no processo. De acordo com ele, a Comissão Europeia estaria desrespeitando normas fundamentais do próprio bloco. Para o premiê húngaro, o órgão “está violando sistematicamente o direito europeu”.
O congelamento de ativos russos tem sido um dos instrumentos centrais da política de sanções adotada pela União Europeia nos últimos anos. A proposta de transformar a medida em permanente, no entanto, tem gerado divergências entre os países do bloco, especialmente entre governos que alertam para riscos jurídicos, políticos e econômicos de longo prazo.



