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Dos Verdes, ministra das Relações Exteriores alemã ameaça Rússia, sinaliza sanções

Os Verdes são os maiores parceiros dos social-democratas na nova coalizão alemã. Olaf Scholz diverge da linha anti-Rússia, e quer se encontrar com Putin

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, se encontra com a ministra das Relações Exteriores Annalena Baerbock, em Kiev (Foto: UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SER / via REUTERS)

247 - A nova ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, dos Verdes, ameaçou a Rússia e flertou com sanções econômicas, no caso de uma suposta invasão da Ucrânia. A linha anti-Rússia diverge do chanceler Olaf Scholz, que disse que espera "virar a página" nas relações com Moscou, e quer se reunir com Putin. 

Scholz vê as relações com Moscou como uma das principais prioridades das relações exteriores da Alemanha, apesar dos apelos de alguns membros de sua coalizão de governo por uma abordagem mais confrontadora. Os Verdes mantêm o coro de Washington, e são os maiores parceiros dos social-democratas na nova coalizão alemã. 

"Cada ato agressivo terá um alto preço para a Rússia, economicamente, estrategicamente e politicamente", afirmou Annalena Baerbock, ao lado do chanceler ucraniano Dmytro Kuleba, durante visita a Kiev. "A diplomacia é o único caminho". 

A Rússia enviou cerca de 100 mil tropas à fronteira com a Ucrânia. O Kremlin afirma que não irá recuar de suas exigências de segurança, que envolvem a não expansão da Otan para a Ucrânia. A aliança transatlântica insiste na "política de portas abertas" como pretexto para se expandir em direção ao Leste. Negociações em Genebra e Bruxelas terminaram sem qualquer avanço. 

Em sua fala, Baerbock sugeriu que um alvo de retaliações pode ser o gasoduto Nord Stream 2, que serve para baratear a energia elétrica dos próprios europeus

"A lei europeia se aplica a todos os projetos energéticos na Alemanha, e também ao Nord Stream 2. No momento, a lei europeia não está totalmente contemplada nesse projeto, e por isso o licenciamento foi suspenso. Ao mesmo tempo, vemos implicações geoestratégicas. Tomaremos as medidas correspondentes, ao lado de nossos parceiros, no caso de uma eventual escalada por parte da Rússia", disse Baerbock.

A política anti-Rússia vai na contramão da diplomacia do governo Merkel. Em seu último discurso perante o Parlamento Federal, a ex-chanceler da Alemanha afirmou que "a União Europeia deve buscar o contato direto com a Rússia e com o presidente russo". Ao mesmo tempo, ela era crítica de "provocações". Ela é contra os EUA imporem sanções ao Nord Stream 2 (Com informações do Globo). 

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