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Ministro da Defesa russa, Sergei Shoigu deve mudar de cargo com mudanças feitas por Vladimir Putin

As mudanças no governo são as mais significativas que o presidente russo fez desde o início da ocupação na Ucrânia, em fevereiro de 2022

Vladimir Putin (mais destaque) e Sergei Shoigu (Foto: Reuters I Sputnik/Mikhail Tereshchenko/Pool via Reuters)

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MOSCOW, (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, propôs um novo ministro da Defesa surpresa, nomeando o civil Andrei Belousov, um ex-vice-primeiro-ministro especializado em economia, para o cargo, mais de dois anos após o início da guerra na Ucrânia, disse o Kremlin. Putin quer que Sergei Shoigu, ministro da Defesa desde 2012 e um aliado de longa data, se torne secretário do poderoso Conselho de Segurança da Rússia, substituindo o atual Nikolai Patrushev, e também tenha responsabilidades pelo complexo militar-industrial, anunciou o Kremlin no domingo.

As mudanças, que certamente serão aprovadas pelos parlamentares, são as mais significativas que Putin fez ao comando militar desde o envio de dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia, em fevereiro de 2022, no que chamou de operação militar especial. A mudança dá a Shoigu um cargo que é tecnicamente considerado superior ao seu papel no Ministério da Defesa, garantindo a continuidade e salvando a face de Shoigu. Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior da Rússia e alguém com um papel mais ativo quando se trata de dirigir a guerra, permanecerá no cargo.

Sergei Lavrov, o veterano ministro das Relações Exteriores do país, também permanecerá no cargo, disse o Kremlin. A nomeação de Belousov, um funcionário civil conhecido pela sua tomada de decisões econômicas e não pelo seu conhecimento do campo de batalha, é a maior surpresa.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse aos jornalistas que a mudança fazia sentido porque a Rússia se aproximava de uma situação como a da União Soviética em meados da década de 1980, quando as autoridades militares e policiais representavam 7,4% dos gastos do Estado. Isso, disse Peskov, significava que era vital garantir que tais despesas estivessem alinhadas com os interesses gerais do país, razão pela qual Putin queria agora um civil com formação econômica no cargo do Ministério da Defesa.

"Aquele que estiver mais aberto às inovações será aquele que sairá vitorioso no campo de batalha", disse Peskov. A mudança também deverá ser vista por uma tentativa de Putin de submeter os gastos com defesa a um maior escrutínio para garantir que os fundos sejam efetivamente gastos, depois que um aliado de Shoigu e vice-ministro da Defesa foi acusado por promotores estaduais de aceitar suborno.

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