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Rússia não pretende entrar em guerra com Europa, mas responderá a qualquer ato hostil, afirma Lavrov

Ministro russo critica envio de tropas europeias à Ucrânia, alerta para confisco de bens russos e afirma que o Ocidente está dividido sobre a guerra

Sergey Lavrov (Foto: Sputnik)

247 – A Rússia não tem intenção de entrar em conflito direto com a Europa, mas reagirá de forma imediata a qualquer ação considerada hostil, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, em discurso no Conselho da Federação. As declarações foram publicadas nesta quarta-feira (10) pelo RT Brasil, que divulgou a íntegra da intervenção do chanceler russo durante a sessão da Câmara Alta do Parlamento.

Logo no início de sua fala, Lavrov reforçou que Moscou rejeita a ideia de uma guerra aberta com países europeus, mas advertiu que eventuais medidas contra interesses russos — como o envio de tropas europeias à Ucrânia ou a expropriação de ativos congelados — terão resposta proporcional.

 “Como o Presidente [Vladimir Putin] da Rússia tem repetidamente enfatizado, não temos intenção de entrar em guerra com a Europa, e tal pensamento nunca nos ocorreu. No entanto, responderemos a quaisquer ações hostis, incluindo o envio de contingentes militares europeus para a Ucrânia e a confiscação de bens russos, e já estamos preparados para isso”, declarou.

Críticas à estratégia europeia na guerra da Ucrânia

Durante o discurso, Lavrov acusou a Europa de alimentar o conflito e de tentar produzir uma vitória ilusória sobre Moscou. Segundo ele, governos europeus teriam colocado todo o seu capital político na confrontação contra a Rússia, utilizando “as mãos e os corpos” de ucranianos.

O chanceler subiu o tom ao afirmar que países europeus estariam “atrasando artificialmente” qualquer possibilidade de paz ao incentivar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, a estender o conflito.
“A Europa está a atrasar artificialmente este processo, tentando de todas as formas incitar o chamado líder ucraniano e os membros do seu regime a continuarem a luta até ao último ucraniano. No entanto, não há dinheiro suficiente”, disse.

Lavrov também argumentou que existe desgaste e frustração entre aliados europeus diante da ausência de resultados e da crescente pressão econômica interna.

Divisão no Ocidente e menção ao presidente Donald Trump

O chanceler ressaltou ainda que o Ocidente não tem uma posição unificada sobre o conflito. Para ilustrar a divisão, citou recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, segundo Lavrov, criticou duramente a postura europeia nas negociações sobre a Ucrânia.

“O Ocidente não está unido, e isso é confirmado mais uma vez pelos eventos dos últimos dias, quando o presidente [Donald] Trump, em uma de suas entrevistas, criticou duramente as ações da Europa para atrasar artificialmente acordos que poderiam muito bem ter sido alcançados sobre uma solução para a Ucrânia, que garantiria a eliminação das causas fundamentais que são o principal obstáculo nesse caminho”, afirmou.

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