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Rússia promete contramedidas severas se Europa confiscar ativos congelados

Governo russo reage a debates na União Europeia e no G7 sobre uso de reservas da Rússia e diz que confisco é violação do direito internacional

María Zakharova, porta-voz da Chancelaria russa (Foto: Canal Telegram de Zakharova)

247 - As autoridades da Rússia indicaram que já trabalham na elaboração de medidas de retaliação caso países europeus avancem no confisco de ativos russos atualmente congelados no exterior. O alerta foi feito em meio às discussões dentro da União Europeia e do G7 sobre a destinação desses recursos, bloqueados desde o início do conflito na Ucrânia, em 2022.

Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (11), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que Moscou não descarta uma reação firme diante de qualquer iniciativa desse tipo. As declarações foram divulgadas pela Sputnik Brasil.

Questionada diretamente sobre quais seriam as contramedidas adotadas caso os bens russos fossem confiscados, Zakharova foi categórica ao responder: “severas”. A representante da chancelaria reforçou que o tema já foi tratado em alto nível pelo governo russo e que as ações estão em fase de desenvolvimento.

Segundo ela, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, abordou o assunto publicamente no fim de novembro, após compromissos diplomáticos na Ásia Central. “O presidente russo [Vladimir Putin] falou sobre isso detalhadamente durante uma coletiva de imprensa em 27 de novembro deste ano, após sua visita de Estado ao Quirguistão e sua participação na cúpula da OTSC [Organização do Tratado de Segurança Coletiva]. Posso reiterar que nosso governo está desenvolvendo contramedidas”, declarou Zakharova.

Desde o início da operação militar russa na Ucrânia, países da União Europeia e do G7 congelaram cerca de metade das reservas internacionais da Rússia, estimadas em aproximadamente 300 bilhões de euros. Desse total, cerca de 200 bilhões de euros estão alocados em instituições financeiras europeias, principalmente na Euroclear, sistema internacional de liquidação financeira com sede na Bélgica.

O Kremlin tem reiterado que qualquer tentativa de confisco definitivo desses ativos representa uma afronta direta às normas do direito internacional. De acordo com o governo russo, a medida seria equivalente a um roubo e poderia aprofundar tensões diplomáticas e econômicas entre Moscou e o bloco europeu.

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