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Trump ameaça suspender imigração de países do ‘Terceiro Mundo’ após ataque em Washington

Presidente dos EUA intensifica discurso migratório e mira decisões da era Biden após atentado perto da Casa Branca

O presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), em evento no Salão Oval da Casa Branca 6 de novembro de 2025 (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende impor uma suspensão permanente à entrada de imigrantes vindos de todos os “países do Terceiro Mundo”, após o ataque que resultou na morte de um membro da Guarda Nacional nas proximidades da Casa Branca. A medida, segundo ele, busca corrigir falhas herdadas da gestão anterior e restaurar o controle pleno do sistema migratório norte-americano.

As declarações foram divulgadas na plataforma Truth Social. Trump não especificou que nações estariam incluídas na classificação de “Terceiro Mundo” nem detalhou critérios para o que chamou de “pausa permanente”. No entanto, deixou claro que a medida englobaria decisões e aprovações feitas durante o governo do ex-presidente Joe Biden, criticando o que classificou como permissividade.

Vou suspender permanentemente a imigração de todos os países do Terceiro Mundo para permitir que o sistema dos EUA se recupere totalmente, cancelar todos os milhões de admissões ilegais de Biden, incluindo aquelas assinadas pela caneta automática do Joe Biden, e deportar qualquer pessoa que não seja um ativo líquido para os Estados Unidos”, afirmou Trump.O presidente também disse que eliminaria todos os benefícios e subsídios federais destinados a “não cidadãos”. Em outra escalada retórica, prometeu “desnaturalizar os imigrantes que prejudicam a tranquilidade interna” e deportar estrangeiros considerados riscos à segurança, encargos públicos ou “incompatíveis com a civilização ocidental”.

Reportagem da Reuters destaca que o episódio que motivou as declarações do chefe da Casa Branca envolve Rahmanullah Lakanwal, afegão de 29 anos, identificado como o suspeito de realizar a emboscada que matou um integrante da Guarda Nacional. Documentos consultados pela Reuters mostram que Lakanwal recebeu asilo neste ano, já sob o governo Trump, embora tenha entrado nos EUA em 2021 por meio de um programa de reassentamento criado por Biden após a retirada militar do Afeganistão e a tomada do poder pelo Talibã.

Antes do anúncio oficial, autoridades do Departamento de Segurança Interna confirmaram que Trump havia ordenado uma revisão ampla de casos de asilo aprovados durante o governo Biden e de Green Cards concedidos a cidadãos de 19 países. Paralelamente, o Serviço de Cidadania e Imigração suspendeu por tempo indeterminado todos os pedidos relacionados a cidadãos afegãos.

Trump também retomou críticas ao processo de retirada do Afeganistão. Em publicação anterior, afirmou que “centenas de milhares de pessoas entraram nos EUA totalmente ‘não investigadas e não verificadas’” durante o que chamou de “horrível” operação aérea de evacuação de 2021.Em sua declaração, insistiu que “apenas a MIGRAÇÃO REVERSA pode curar totalmente essa situação”, defendendo ações mais duras para reduzir o que descreve como “populações ilegais e disruptivas”.

O impacto político do ataque é amplo, sobretudo por ocorrer em solo norte-americano e envolver um imigrante que estava legalmente no país. O episódio fortalece o discurso migratório de Trump, que faz da repressão à imigração — tanto legal quanto ilegal — uma marca central de sua administração.

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