Trump deve ampliar lista que proíbe estrangeiros de entrarem nos EUA
Secretária de Segurança Interna diz que mais de 30 países serão incluídos na lista
247 - A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, afirmou que o governo Donald Trump está prestes a ampliar significativamente o número de países incluídos no veto migratório norte-americano. A informação foi divulgada durante entrevista ao programa The Ingraham Angle, da Fox News.
Noem foi questionada sobre a intenção da administração Trump de elevar para 32 o total de nações afetadas. A secretária não confirmou o número exato, mas admitiu que a lista deve ultrapassar três dezenas. “Eu não vou ser específica sobre o número, mas está acima de 30, e o presidente continua avaliando os países”, declarou.
A medida representa uma nova etapa da política migratória adotada desde que Trump reassumiu o governo em janeiro. Em junho, o presidente assinou uma proclamação que já proibia a entrada de cidadãos de 12 países e impunha restrições adicionais a viajantes provenientes de outros sete. O governo justificou o endurecimento das regras como forma de prevenir ameaças relacionadas a “terroristas estrangeiros” e riscos à segurança nacional. As restrições afetam tanto imigrantes quanto não imigrantes — incluindo turistas, estudantes e viajantes de negócios.
Kristi Noem ressaltou que a Casa Branca vem utilizando critérios relacionados à governança e à capacidade de cooperação internacional para determinar potenciais inclusões. “Se eles não têm um governo estável, se não conseguem se sustentar como país e nos informar quem são aqueles indivíduos, por que deveríamos permitir que pessoas desse país venham para os Estados Unidos?”, questionou.
Segundo documentos obtidos pela Reuters, o governo Trump avaliava a possibilidade de vedar a entrada de cidadãos de até 36 países adicionais, conforme apontava um memorando interno do Departamento de Estado. A ampliação ocorre em meio ao endurecimento geral das políticas migratórias após o ataque que matou dois integrantes da Guarda Nacional em Washington, D.C., na semana passada. O suspeito, um afegão que entrou nos EUA em 2021 por meio de um programa de reassentamento, teria passado por um processo de triagem considerado insuficiente pela administração atual.
Em resposta ao episódio, Trump prometeu “pausar permanentemente” a migração proveniente de “países do Terceiro Mundo”, sem especificar quais seriam esses países ou o critério adotado. Paralelamente, o Departamento de Segurança Interna recebeu ordem para revisar concessões de asilo aprovadas durante o governo de seu antecessor, o democrata Joe Biden, além de reavaliar Green Cards emitidos para cidadãos de 19 países.
Desde seu retorno ao poder, o presidente tem direcionado grande parte de sua agenda à contenção migratória. A administração intensificou o envio de agentes federais a grandes cidades, reforçou operações de deportação e passou a barrar solicitantes de refúgio na fronteira com o México. Embora o governo frequentemente destaque ações contra a imigração irregular, a ampliação da lista de países vetados demonstra que a Casa Branca também busca remodelar de forma mais profunda os fluxos legais de entrada no país.



