Ucrânia atacou residência de Putin com drones, diz Lavrov
Ação ocorre em meio a negociações entre Moscou e Washington
247 - O governo da Ucrânia teria promovido um ataque com drones contra a residência oficial do presidente da Rússia, Vladimir Putin, localizada na região de Novgorod, segundo declarou nesta segunda-feira (29) o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov. De acordo com o chanceler, a ofensiva ocorreu durante a madrugada e envolveu o uso massivo de veículos aéreos não tripulados de longo alcance.
A informação foi divulgada inicialmente pela agência Sputnik International, que acompanhou as declarações de Lavrov a jornalistas. Segundo o ministro, o episódio aconteceu na noite de 28 para 29 de dezembro e foi classificado por Moscou como um “ataque terrorista” direcionado a um alvo estatal de alta relevância.
Lavrov afirmou que “na noite de 28 para 29 de dezembro, o regime de Kiev lançou um ataque terrorista utilizando 91 UAVs de longo alcance contra a residência estatal do presidente da Federação Russa, na região de Novgorod”. Ele ressaltou que todos os drones envolvidos na operação foram neutralizados pelas defesas aéreas russas.
Ainda segundo o chanceler, não houve registro de vítimas. “Todos os UAVs que atacaram a residência do presidente da Rússia foram destruídos pelas forças de defesa aérea, e não há relatos de baixas”, declarou. Apesar disso, Lavrov advertiu que a ação não ficará sem resposta. “Essas ações irresponsáveis não ficarão sem resposta, e os alvos para ataques retaliatórios das Forças Armadas russas, bem como o momento de sua execução, já foram determinados”, acrescentou.
O ministro também destacou que o ataque ocorreu em um momento particularmente sensível do ponto de vista diplomático, enquanto Rússia e Estados Unidos mantêm negociações intensas sobre uma possível solução para o conflito ucraniano. Mesmo assim, Moscou não pretende abandonar o diálogo. “Ao mesmo tempo, não pretendemos nos retirar do processo de negociações com os Estados Unidos”, afirmou Lavrov.
No entanto, ele indicou que a postura russa nas conversas poderá sofrer ajustes. “Diante da degeneração final do regime criminoso de Kiev, que passou a uma política de terrorismo de Estado, a posição de negociação da Rússia será revista”, declarou o chefe da diplomacia russa.
A avaliação de que o ataque teve como objetivo minar o processo diplomático foi reforçada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko. Para ele, a ofensiva representa uma tentativa direta de inviabilizar avanços nas negociações. “O que aconteceu hoje é, sem dúvida, uma séria tentativa de minar o processo de negociação e tornar ainda mais difícil alcançar a paz”, disse Grushko a repórteres.
O vice-chanceler afirmou ainda que, segundo Moscou, tais ações costumam ocorrer quando as conversas entram em fases mais delicadas. “Kiev encena provocações assim que o processo de negociação entra em uma fase sensível”, declarou, acrescentando que a Ucrânia, com apoio de países ocidentais, estaria tentando desestabilizar qualquer perspectiva de acordo, observando que “o estilo britânico é evidente” nessas iniciativas.



