Bolsonaro pode migrar para prisão domiciliar após eleição, avaliam ministros do STF
Percepção na Corte é de que mudança só deve ocorrer depois do pleito presidencial para evitar interferências
247 - A possível conversão da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o regime domiciliar é vista como uma questão de tempo por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi revelada originalmente pela CNN Brasil.
De acordo com magistrados ouvidos pela emissora, não há expectativa de que o ministro Alexandre de Moraes conceda, no curto prazo, o benefício ao ex-presidente. A avaliação é de que o desgaste provocado pela tentativa de violação da tornozeleira eletrônica pesou contra Bolsonaro, além do entendimento interno de que o STF precisa reforçar uma imagem de firmeza institucional neste momento.
Outro ponto considerado é o risco de que Bolsonaro, caso fosse autorizado a cumprir pena em casa, buscasse abrigo em alguma representação diplomática. Há ainda o temor de que o ex-presidente utilizasse o período de prisão domiciliar para produzir vídeos ou disseminar desinformação por meio de aliados durante eventuais visitas em sua residência.
Para 2026, porém, ministros afirmam que o cenário muda. O entendimento predominante é de que o regime domiciliar tende a ser adotado diante das comorbidades físicas apresentadas por Bolsonaro, que enfrenta episódios recorrentes de soluço e enjoo. Ainda assim, integrantes da Corte avaliam que a medida deve ser adotada somente após a eleição presidencial, para evitar qualquer influência sobre o processo eleitoral.
Bolsonaro está detido há mais de uma semana na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde tem recebido apenas familiares e advogados. A mobilização reduzida de apoiadores em protestos recentes frustrou parlamentares de direita, que esperavam manifestações mais expressivas.



