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Brasil e Argentina adotam regionalização para aves

Acordo reconhece equivalência sanitária e restringe embargos a zonas de 10 km em casos de gripe aviária ou de Newcastle, destravando o comércio bilateral

Brasil e Argentina adotam regionalização para aves (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)

247 - Brasil e Argentina firmaram na sexta-feira (7) um protocolo que reconhece mutuamente os sistemas oficiais de zonificação e compartimentação para Influenza Aviária de Alta Patogenicidade e Doença de Newcastle. O instrumento permite aplicar o princípio da regionalização no comércio de aves: diante de um foco, apenas a área afetada fica temporariamente bloqueada, preservando o restante do fluxo bilateral

A assinatura e os termos do acordo foram confirmados pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em vídeo publicado nas redes sociais, conforme noticiou o Broadcast (Estadão). “Com base em avaliações técnicas realizadas, concluiu-se que o sistema brasileiro oferece garantias sanitárias equivalentes ao da Argentina”, afirmou o ministro, que esteve em agendas bilaterais em Buenos Aires na segunda-feira (10)

Pelo novo protocolo, em caso de ocorrência sanitária será delimitada uma zona de restrição de 10 quilômetros ao redor do foco. “Em caso de foco, será aplicada uma zona de restrição de 10 km ao redor do evento sanitário. Fora da zona, as áreas permanecem abertas ao comércio bilateral”, explicou Fávaro

A medida atende pleito apresentado em setembro pelo governo brasileiro ao secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Sergio Iraeta, para adoção da regionalização no comércio de carne de frango. Na prática, eventuais registros de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade ou Doença de Newcastle não paralisam todo o intercâmbio, limitando embargos à área atingida — município ou Estado

O histórico recente mostra o impacto da ausência desse mecanismo. As vendas de frango do Brasil à Argentina ficaram suspensas de sexta-feira (16) de maio a sexta-feira (4) de julho, após a confirmação de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), como previa o protocolo então vigente. Com a regionalização, episódios semelhantes tendem a ter impacto localizado, reduzindo perdas para produtores e processadores e dando previsibilidade às cadeias de abastecimento dos dois países

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