Edinho Silva critica pré-candidatura de Flávio Bolsonaro: 'não dá pra levar a sério'
Presidente do PT afirma que o senador não sustenta projeto presidencial e prevê definição da direita só em 2026
247 - O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou em encontro com jornalistas em Brasília que a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não apresenta consistência e não deve ser tratada como um movimento político sólido. Edinho, que deve coordenar a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, avaliou que a direita só consolidará um nome competitivo entre maio e junho de 2026. As informações são do jornal O Globo.
Críticas à postura de Flávio Bolsonaro
Durante a conversa, o dirigente petista ironizou a oscilação do senador, que anunciou sua pré-candidatura, mas logo depois admitiu que poderia recuar. “Ninguém se lança candidato num dia e no outro dia abre para negociação. Nunca vi isso na minha vida em 40 anos de militância política. Não dá para levar a sério. Tem muita coisa para acontecer ainda”, afirmou.
No entendimento de Edinho, se o objetivo de Flávio Bolsonaro era criar margem para negociação política em torno de interesses do pai, Jair Bolsonaro, a estratégia deveria ter sido mais firme. “Nem quem quer negociar vai levar a sério”, completou.
PT prevê disputa polarizada e adversário forte
O presidente do PT destacou que qualquer nome do campo conservador entrará na disputa com um patamar relevante de votos. “Não importa muito para nós se o adversário vai ser o Flávio ou vai ser outro. Independente do adversário que vier, ele virá capitalizando uma parte dessa polarização. Ele vem com mais de 30% dos votos. A não ser que seja uma liderança muito frágil”, afirmou.
Tarcísio de Freitas aparece como principal figura da direita
Edinho também comentou a resolução aprovada pelo diretório nacional do PT que direciona críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para ele, o paulista ocupa hoje papel central na articulação da direita. “O que o Tarcisio ocupa hoje é o papel de líder desse campo mais de ultradireita. Faz questão de se caracterizar como herdeiro da ultradireita”, disse.
Ao mencionar o impacto da escolha do secretário Guilherme Derrite (PP-SP) para relatar o Projeto Antifacção, Edinho criticou a movimentação, mas evitou ataques diretos ao presidente da Câmara, Hugo Motta. “Não acho que o PT tem que se arrepender de apoiar o Hugo Motta. Acho que a gente vive um desarranjo institucional maior do que as pessoas”, afirmou.
Haddad é apontado como principal liderança pós-Lula
Edinho Silva também falou sobre o futuro do PT e destacou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como a principal liderança nacional da sigla depois de Lula. “Hoje o maior líder que nós temos depois do presidente Lula é o Fernando Haddad porque ele disputou 2018 e foi exposto nacionalmente”, afirmou.
Ele citou ainda nomes como ops do ministro da Educação, Camilo Santana,d os governadores Rafael Fonteles (Piauí) e Elmano de Freitas (Ceará), e o do senador Jaques Wagner (BA), mas afirmou que Haddad tem chance de consolidar como sucessor de Lula até 2030., ressaltando que o processo de consolidação de novas lideranças seguirá até 2030.
“O que é inegável que o Fernando Haddad é uma liderança nacional do PT. É o segundo nome do PT. Isso é factual. Se ele vai se credenciar para ser sucessor do presidente Lula, até 2030 a resposta virá porque a política é muito dinâmica.”, reforçou.
Possíveis cenários para 2026 e papel de Alckmin
A respeito da disputa estadual de 2026, Edinho afirmou que Haddad pode concorrer ao governo de São Paulo, mas disse que a definição ocorrerá após conversas internas. O dirigente exaltou ainda o papel do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB)
“Na minha opinião, não é a posição do PT, o Alckmin será o que ele quiser ser. O vice-presidente Geraldo Alckmin é hoje uma liderança nacional de primeira grandeza no país. Se ele quiser continuar sendo vice-presidente, ele será. Se ele quiser cumprir outra missão nas eleições de 26, também cumprirá”, afirmou.



