Forças Armadas devem ser defensoras intransigentes da democracia, diz Mercadante
“Compromisso democrático tem que ser eterno e incorruptível”, afirmou o presidente do BNDES em evento sobre restauração do Monumento aos Pracinhas
247 - O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, defendeu a necessidade de um compromisso inabalável das Forças Armadas com a democracia, durante evento realizado nesta sexta-feira (21), no Rio de Janeiro. As declarações ocorreram durante a assinatura de um acordo entre o banco de fomento e o Ministério da Defesa para a restauração do Monumento aos Pracinhas, informa a Folha de S. Paulo. O ato contou com a presença de militares e autoridades civis.
O pronunciamento de Mercadante se deu em um momento sensível. Nesta semana, integrantes das Forças Armadas foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em uma suposta trama golpista liderada por Jair Bolsonaro (PL).
Ao citar a história da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e a batalha de Monte Castello, na Segunda Guerra Mundial, Mercadante ressaltou a importância do papel dos militares na defesa dos valores democráticos. "Ao comemorar a vitória em Monte Castello, comemoramos sobretudo a vitória da democracia e dos valores fundamentais da nossa civilização contra as forças da barbárie e do horror do nazismo e do fascismo e de todos aqueles que atentam contra as instituições democráticas, que atentam contra a liberdade irrigada com o sangue derramado dos pracinhas", afirmou.
O presidente do BNDES alertou ainda para os perigos que cercam momentos de crise e instabilidade social, como o que antecedeu a Segunda Guerra Mundial e os desafios enfrentados na atualidade. Segundo ele, em cenários de incerteza, "a esperança se esvai e o ódio predomina", favorecendo discursos autoritários e a busca por "supostos heróis candidatos a ditadores".
Em tom enfático, Mercadante destacou que o compromisso com a democracia precisa ser "eterno, absoluto e incorruptível". E completou: "Ou se está com a democracia ou não se está".
Por fim, o presidente do BNDES frisou que o Brasil precisa "mais do que nunca" de Forças Armadas "empenhadas na defesa dos valores democráticos, da soberania nacional e do desenvolvimento do país". Seu discurso reforçou a importância da instituição militar no fortalecimento do Estado de Direito e na construção de um país mais justo e soberano.



