<p>247 – O deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, classificou como “dia memorável para a democracia brasileira” a ordem de prisão definitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciada nesta terça-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação foi publicada pelo parlamentar em seu perfil no X.</p>
<p>A decisão de Moraes, conforme relato da agência Reuters, determina que Bolsonaro comece imediatamente a cumprir a pena de 27 anos e 3 meses de prisão, resultado da condenação pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O ex-presidente seguirá detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, mesmo local onde foi preso preventivamente no sábado após tentar violar a tornozeleira eletrônica.</p>
<h2>“A democracia sai mais forte. O Brasil sai mais forte”, afirma Lindbergh</h2>
<p>Em sua manifestação, Lindbergh ressaltou a dimensão histórica do dia, destacando que, pela primeira vez, um ex-presidente da República e generais são presos por tentarem um golpe de Estado.</p>
<blockquote>“Hoje é um dia memorável para a democracia brasileira. Pela primeira vez na nossa história estamos assistindo um ex-presidente da República e generais sendo presos por tentativa de golpe de Estado. Todo esse processo é pedagógico. A democracia sai mais forte. O Brasil sai mais forte”, escreveu.</blockquote>
<p>O deputado afirmou ainda que o núcleo golpista tentou interferir no andamento das investigações por diversos meios.</p>
<p>“Essa turma tentou de todas as formas interferir no curso do processo, coagir, ameaçar, com interferência externa, Lei Magnitsky”, afirmou, em referência às pressões norte-americanas utilizadas como instrumento político por aliados de Bolsonaro contra autoridades brasileiras.</p>
<h2>Defesa do STF e evocação de Ulysses Guimarães</h2>
<p>Lindbergh elogiou a atuação das instituições brasileiras e, em especial, do Supremo Tribunal Federal, que — segundo ele — resistiu a “coações e ameaças” impostas pelos articuladores do golpe.</p>
<blockquote>“As instituições democráticas, o STF, mantiveram-se firmes na sua missão constitucional de defender a nossa democracia e nossa soberania”, ressaltou.</blockquote>
<p>O parlamentar também citou o histórico discurso de Ulysses Guimarães, que marcou a Constituição de 1988: “Traidor da Constituição é traidor da Pátria!”</p>
<p>Segundo Lindbergh, a frase se torna ainda mais atual neste momento.</p>
<h2>“Hoje, mais do que nunca, é Sem Anistia”</h2>
<p>O líder do PT reiterou que os responsáveis pela tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022 devem ser punidos exemplarmente, reafirmando o lema que ocupou as ruas desde os atos golpistas de 8 de janeiro.</p>
<blockquote>“Hoje mais do que nunca é ‘Sem Anistia’!”, escreveu.</blockquote>
<h2>Decisão de Moraes endurece execução da pena</h2>
<p>Segundo a Reuters, Moraes rejeitou qualquer possibilidade de novos recursos por parte da defesa de Bolsonaro e pediu que a Primeira Turma do STF seja convocada para confirmar a decisão sobre o início do cumprimento da pena.</p>
<p>Para Lindbergh, o avanço do processo judicial contra os responsáveis pela tentativa de golpe representa um momento de pedagogia democrática e de fortalecimento institucional no país — uma resposta firme às ameaças ao Estado Democrático de Direito.</p>

Redação Brasil 247

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Brasil

"Dia memorável e pedagógico", diz Lindbergh

<p><b>Luiz Claudio Ferreira - Agência Brasil - </b>A historiadora e escritora israelense Fania Oz-Salzberger avalia que há um caminho de muito trabalho e esforço para consolidar o fim da guerra, após o cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas.&nbsp;</p>
<p>Em entrevista à TV Brasil, a pesquisadora, que é filha do renomado romancista Amós Oz e crítica do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, afirma que os movimentos da sociedade civil desejam democracia e paz.</p>
<p>“Ou seja, preservar a democracia, como vocês no Brasil estão fazendo”, disse a escritora que veio ao país para participar da 4ª edição do Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo.</p>
<p>Para ela, os movimentos da sociedade civil israelense são a “melhor notícia” dentro de um cenário crítico.</p>
<p>Professora emérita da Universidade de Haifa, a historiadora avalia o governo de Netanyahu como o “pior que Israel já teve”, composto exclusivamente por membros da direita e da extrema direita que foram acolhidos pelo primeiro-ministro por sobrevivência política.&nbsp;</p>
<p>“É um governo terrível. Não se pode confiar nele para nada. Sabemos que as famílias dos reféns [sequestrados pelo Hamas durante conflito na região] sabem disso porque o governo lhes prometeu muitas coisas”, disse para a TV Brasil.</p>
<p>“É muito bom estar no Brasil, porque o Brasil está me dando esperança sobre qual pode ser o futuro da nossa luta pela democracia.”</p>
<h3>Democracia</h3>
<p>A historiadora espera que o cessar-fogo atual se mantenha. “Muita ajuda humanitária chegará a Gaza, o que é excelente. Ainda precisamos receber mais de uma dúzia de corpos de reféns que foram assassinados. É profundamente importante”.&nbsp;</p>
<p>Para ela, os objetivos de democracia e paz estão combinados de muitas maneiras e o acordo de cessar-fogo, mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ter reflexos eleitorais no próximo pleito de Israel.&nbsp;</p>
<p>“Mas temos indicadores e nós, organizações da sociedade civil, já estamos começando a monitorar o que está acontecendo, porque agora há indícios de que Netanyahu pode tentar adiar as eleições, alegando algum tipo de situação de emergência.”&nbsp;</p>
<p>Outro temor, segundo ela, é que haja uma tentativa de fraudar a eleição e que Israel evolua rapidamente para um Estado não democrático.</p>
<p>“Estamos muito prontos para defender as próximas eleições, que são cruciais”, explicou a professora afirmando que algumas pesquisas já indicam derrota do primeiro-ministro e de sua coalizão.&nbsp;</p>
<h3>Traumas</h3>
<p>Fania Oz-Salzberger afirma que a convivência entre israelenses e palestinos é cercada de traumas de ambos os lados. Na avaliação dela, a solução de dois Estados - com a criação e coexistência pacífica dos Estados independentes de Israel e da Palestina - seria a melhor alternativa para a região.</p>
<p>Com o cessar-fogo, a historiadora deseja que Gaza possa contar com um governo palestino moderado com a ajuda de potências internacionais. “Se chegarmos a esse nível, é apenas o começo do caminho”.&nbsp;</p>
<p>A pesquisadora avalia, entretanto, que Netanyahu terá problemas com a sua base de eleitores e com seus parceiros de coalizão de extrema direita, que estavam se estabelecendo em Gaza.</p>
<p>Para a professora, Netanyahu é um criminoso. “Ele já foi indiciado por três acusações de corrupção, e há acusações maiores de corrupção e abuso de confiança, que agora estão sendo investigadas e ainda não foram a julgamento.”</p>
<p>Ela lamenta que ainda exista radicalismo em Israel e que os governantes que estão no poder acreditem que as minorias não devem ter os mesmos direitos. “Isso é antidemocrático, pensar que o processo educacional está errado e que o judaísmo ortodoxo é o judaísmo correto.”</p>

Luis Mauro Filho

Historiadora e escritora israelense Fania Oz-Salzberger, em entrevista

Mundo

Sociedade israelense precisa lutar pela democracia, diz historiadora

<p><b>247 - </b>Em 25 de outubro, o Brasil rememora um dos episódios mais cruéis da repressão da ditadura militar: o assassinato do jornalista Vladimir Herzog. A data marca os 50 anos do martírio de Herzog, ocorrido em 1975, quando o jornalista foi preso e brutalmente torturado no DOI-CODI de São Paulo. Na época, Herzog trabalhava na TV Cultura e também era professor na Universidade de São Paulo (USP), destaca Ancelmo Gois, do jornal <a href="https://oglobo.globo.com/blogs/ancelmo-gois/post/2025/10/os-50-anos-do-martirio-de-vladimir-herzog.ghtml">O Globo</a>.</p>
<p>Ele compareceu voluntariamente à sede do órgão de repressão, onde, segundo a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, foi interrogado sobre supostas ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). A versão oficial do Exército, que tentava encobrir o assassinato alegando um suicídio, foi rapidamente desmentida e rejeitada pela sociedade, tornando-se um marco na luta pela restauração da democracia.</p>
<p>Lilia, que é conselheira do Instituto Vladimir Herzog, lembra com pesar: "O escárnio e a farsa incendiaram o movimento pela restauração da democracia e a luta por direitos". A historiadora também destaca a importância do legado de Herzog: "Vlado é hoje símbolo de um Brasil que se preza como uma democracia e que ainda luta pelo reconhecimento dos mortos e desaparecidos". A memória de Herzog permanece viva, não apenas entre os amigos e familiares, mas como um símbolo da resistência e da busca pela verdade e justiça.</p>
<p>Neste ano, diversos eventos estão programados para relembrar o martírio de Herzog, com destaque para o ato inter-religioso em São Paulo. No dia 25 de outubro, a Catedral da Sé será palco de uma cerimônia com a presença do cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. A igreja, que já foi cenário de uma grande homenagem a Herzog em 1975, quando cerca de 8 mil pessoas se reuniram para protestar contra o regime, receberá novamente aqueles que buscam manter viva a chama da memória e da resistência. Durante o evento, também será exibido um vídeo que inclui a leitura de uma carta de Zora Herzog, mãe de Vlado, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro.</p>
<p>Em paralelo, no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) promove um ato no dia 24 de outubro, um dia antes da data que marca o assassinato, para lembrar não só o colega Vladimir Herzog, mas também todas as vítimas da repressão militar. O evento de 2025, que foi proclamado "Ano Vladimir Herzog" pela ABI, é uma maneira de reforçar a importância da liberdade de imprensa e da memória histórica no Brasil.</p>

Guilherme Levorato

Mídia

Atos em memória de Vladimir Herzog vão marcar os 50 anos de seu assassinato pela ditadura

<p><b>247 - </b>Wagner Moura voltou aos palcos com “Um Julgamento”, nova peça dirigida por Christiane Jatahy que marca o fim de um hiato de 16 anos longe do teatro. Em entrevista à <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2025/10/nossa-democracia-tira-onda-dos-eua-diz-wagner-moura-que-retorna-aos-palcos.shtml">Folha de S.Paulo</a>, o ator falou sobre política, liberdade de expressão e sua trajetória internacional, que o consolidou como um dos artistas brasileiros mais reconhecidos no exterior.</p>
<h2>Um retorno com críticas afiadas</h2>
<p>Moura volta aos palcos interpretando Thomas Stockmann, protagonista de “Um Inimigo do Povo”, clássico do norueguês Henrik Ibsen. A nova adaptação, criada por ele, Jatahy e Lucas Paraizo, imagina o personagem diante de um tribunal anos após denunciar a contaminação das águas de sua cidade. O ator diz que sempre se mistura aos papéis que interpreta:</p>
<blockquote>“Os personagens sempre são, para mim, uma amálgama entre ele e eu mesmo. Você dá verdade aos personagens quando puxa eles para você, e isso casa muito com o trabalho da Chris.”</blockquote>
<p>O espetáculo estreia em meio ao julgamento dos responsáveis pela tentativa de golpe liderada por Jair Bolsonaro (PL), e Moura reconhece o paralelo entre realidade e ficção.</p>
<blockquote>“Havia no julgamento versões da verdade, não fatos. Não à toa a direita tem a produtora de filmes Brasil Paralelo, que é o título perfeito. O Donald Trump vive numa realidade paralela e a expande para um bocado de gente. Eu acho isso muito assustador. Eu não sou uma pessoa medrosa, mas isso é uma coisa que me assusta, porque tira o chão. Como responder a essas pessoas se a gente não vive no mesmo espaço mental, se a gente não fala a mesma língua? Como a gente vai conversar?”, questiona o ator, referindo-se ao presidente dos Estados Unidos.</blockquote>
<h2>Críticas à extrema direita</h2>
<p>Wagner Moura tem sido alvo de uma campanha de parlamentares bolsonaristas, que pedem à Casa Branca que o investigue. Ele, no entanto, minimiza as ameaças e ironiza o comportamento dos adversários.</p>
<blockquote>“É muito vira-lata, muito colonizado. É tipo chamar a professora: 'Tia, o Wagner está fazendo sei lá o quê'. Para mim essas ameaças não querem dizer nada, porque se eu for investigado e punido pelas autoridades americanas, esta vai ser a maior contradição da direita do mundo. Vai contra a liberdade de expressão que a direita prega para esconder o seu discurso de ódio.Se forem me investigar, eu estou de boa".</blockquote>
<p>Segundo ele, é um contrassenso que grupos que dizem defender a liberdade de expressão tentem censurar opiniões contrárias.</p>
<blockquote>“Agora, discurso de ódio não é liberdade de expressão. Discurso de ódio é discurso de ódio. Se você fala algo e isso acarreta ataques, mortes, ódio, isso não é liberdade de expressão. No meu caso, o que eu disse e vou continuar dizendo é que há uma ascendência de uma força autocrática nos Estados Unidos".</blockquote>
<h2>“Nossa democracia está no seu melhor momento”</h2>
<p>Em uma das cenas da peça, o personagem de Moura afirma que “a democracia permite que uma maioria de imbecis persiga uma minoria”. Questionado se isso significa o fracasso do sistema, o ator discorda:</p>
<blockquote>&nbsp;“Nossa democracia não é falha. Inclusive, a democracia brasileira está no seu melhor momento. A gente está tirando onda dos americanos".</blockquote>
<h2>De Hamlet a Cannes</h2>
<p>“Um Julgamento” marca o retorno de Moura ao teatro desde <i>Hamlet</i> (2009), dirigido por Aderbal Freire-Filho. Nesse período, ele se destacou em produções nacionais e internacionais, como <i>Elysium</i> (2013) e <i>Narcos</i> (2015), onde interpretou Pablo Escobar, papel que lhe rendeu indicação ao Globo de Ouro.</p>
<p>Mais recentemente, brilhou em <i>Guerra Civil</i>, sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, e em <i>O Agente Secreto</i>, filme que lhe garantiu o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. O longa de Kleber Mendonça Filho agora busca uma vaga no Oscar.</p>
<blockquote>“Eu acho que é muito cedo para falar disso, mas o filme está bem amparado. Há um respeito grande pelo cinema do Kleber, e a distribuidora americana está fazendo um trabalho forte”, comenta.</blockquote>
<p>Apesar do reconhecimento, Moura mantém o tom sereno:</p>
<blockquote>“Eu recebo o ataque das mentes colonizadas com a mesma tranquilidade que recebo o carinho da Variety. Vai vir o que tiver que vir".</blockquote>
<h2>Um ator entre palcos e política</h2>
<p>Entre gravações, campanhas de cinema e o retorno ao teatro, Wagner Moura mantém uma agenda intensa. Ainda assim, afirma estar vivendo uma das fases mais gratificantes de sua carreira.</p>
<blockquote>“Estou muito feliz com essa peça, com esse filme e com a minha vida”, resume.</blockquote>
<p>O espetáculo “Um Julgamento” tem apresentações previstas em Salvador e no Rio de Janeiro, marcando não apenas o reencontro de Moura com o público, mas também a reafirmação de sua voz política e artística no cenário contemporâneo brasileiro.</p>

O presidente Lula e a primeira-dama Janja recebem o ator Wagner Moura e o diretor Kleber Mendonça Filho para sessão de O Agente Secreto

Cultura

Wagner Moura diz que democracia brasileira "tira onda dos EUA"

<p><b>247 - </b>Em um movimento de convergência política e acadêmica, mais de 40 vencedores do Prêmio Nobel divulgaram uma carta conjunta em defesa da democracia e contra o avanço do extremismo no mundo. O documento foi revelado nesta semana e repercutido pela imprensa internacional, destacando preocupações com ataques a instituições, desigualdade social, disseminação de desinformação e o enfraquecimento da liberdade de expressão.</p>
<p>Segundo o texto, os signatários ressaltam que a democracia enfrenta riscos crescentes em várias partes do globo. O manifesto não cita diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vem se tornando símbolo da escalada de discursos que colocam em xeque a integridade de processos democráticos e estimulam a polarização social.</p>
<h2>Críticas ao autoritarismo e defesa da liberdade de imprensa</h2>
<p>Na carta, os laureados elogiam a iniciativa “Democracia Sempre”, que reúne líderes de 20 países comprometidos em fortalecer instituições democráticas, reduzir desigualdades e enfrentar a crise de desinformação online. “A liberdade de expressão é um direito humano internacionalmente reconhecido”, destaca o texto, alertando para o impacto de processos judiciais contra jornalistas e o poder das grandes plataformas digitais e empresas de inteligência artificial na propagação de fake news.</p>
<p>Os signatários condenaram o uso político de processos por difamação e ressaltaram a importância de informações de qualidade para garantir o engajamento cívico. Também fizeram um apelo para que princípios democráticos se traduzam em ações concretas, defendendo o multilateralismo e o respeito ao direito internacional.</p>
<h2>Nomes de peso entre os signatários</h2>
<p>Entre os laureados que subscrevem o documento estão figuras como Joseph Stiglitz (Economia, 2001), Maria Ressa (Paz, 2021), Óscar Arias (Paz, 1987), Shirin Ebadi (Paz, 2003), Orhan Pamuk (Literatura, 2006), Daron Acemoglu (Economia, 2024) e o Dalai Lama (Paz, 1989). Também assinam cientistas renomados como Roger Penrose (Física, 2020), May-Britt Moser (Medicina, 2014) e Geoffrey Hinton (Física, 2024), considerado um dos pioneiros da inteligência artificial.</p>
<p><b>Leia a íntegra do manifesto:</b></p>
<p><i>Em defesa da Democracia, contra o extremismo</i></p>
<p><i>Setembro de 2025</i></p>
<p><i>Em um momento de polarização política e instabilidade global, com a democracia sob ameaça em muitos lugares, nós, os abaixo-assinados laureados com o Prêmio Nobel, afirmamos a importância da Democracia e do multilateralismo e, nesse sentido, escrevemos em apoio à Iniciativa de 20 países para promover a democracia por meio do fortalecimento das instituições, enfrentando a desigualdade de renda e lidando com o ecossistema de informações online.</i></p>
<p><i>Como laureados com o Nobel, elogiamos especialmente os líderes que participam da iniciativa </i><i>Democracia Sempre</i><i> por seu firme compromisso com a razão e por seu entendimento de que, apesar das diferentes visões de mundo de seus membros, os fatos não podem ser falsificados. Também respeitamos seu firme compromisso com a paz, o respeito pelo direito internacional e pelo direito humanitário internacional.</i></p>
<p><i>Apoiamos a ênfase na importância da informação e do jornalismo de qualidade para informar o público, promover o engajamento civil construtivo e fortalecer a Democracia. De fato, a Liberdade de Expressão é um direito humano internacionalmente reconhecido. Estamos particularmente preocupados com os efeitos de intimidação sobre a imprensa livre, a liberdade de expressão e a liberdade acadêmica que têm ocorrido em muitos países — assim como com os efeitos de ações judiciais por difamação contra jornalistas ao redor do mundo; além do imenso poder de amplificação da desinformação e da má-informação, que foi cedido às plataformas digitais e agora também às empresas de Inteligência Artificial Generativa.</i></p>
<p><i>Elogiamos os líderes por seu compromisso em converter princípios elevados em ações concretas e esperamos trabalhar juntos no futuro para apoiar essa importante iniciativa.</i></p>
<p><i><b>Atenciosamente,</b></i></p>
<ul>
  <li><i>Joseph E. Stiglitz – Prêmio Nobel de Economia, 2001</i></li>
  <li><i>Maria A. Ressa – Prêmio Nobel da Paz, 2021</i></li>
  <li><i>Klaus von Klitzing – Prêmio Nobel de Física, 1985</i></li>
  <li><i>Wole Soyinka – Prêmio Nobel de Literatura, 1986</i></li>
  <li><i>Óscar Arias – Prêmio Nobel da Paz, 1987</i></li>
  <li><i>Elias J. Corey – Prêmio Nobel de Química, 1990</i></li>
  <li><i>Richard J. Roberts – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 1993</i></li>
  <li><i>José Ramos-Horta – Prêmio Nobel da Paz, 1996</i></li>
  <li><i>William D. Phillips – Prêmio Nobel de Física, 1997</i></li>
  <li><i>Jody Williams – Prêmio Nobel da Paz, 1997</i></li>
  <li><i>Louis J. Ignarro – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 1998</i></li>
  <li><i>Anthony J. Leggett – Prêmio Nobel de Física, 2003</i></li>
  <li><i>J. M. Coetzee – Prêmio Nobel de Literatura, 2003</i></li>
  <li><i>Shirin Ebadi – Prêmio Nobel da Paz, 2003</i></li>
  <li><i>Aaron Ciechanover – Prêmio Nobel de Química, 2004</i></li>
  <li><i>Barry J. Marshall – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2005</i></li>
  <li><i>John C. Mather – Prêmio Nobel de Física, 2006</i></li>
  <li><i>Edmund “Ned” Phelps – Prêmio Nobel de Economia, 2006</i></li>
  <li><i>Andrew Z. Fire – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2006</i></li>
  <li><i>Roger D. Kornberg – Prêmio Nobel de Química, 2006</i></li>
  <li><i>Orhan Pamuk – Prêmio Nobel de Literatura, 2006</i></li>
  <li><i>Eric S. Maskin – Prêmio Nobel de Economia, 2007</i></li>
  <li><i>Mario R. Capecchi – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2007</i></li>
  <li><i>Martin Chalfie – Prêmio Nobel de Química, 2008</i></li>
  <li><i>Jack W. Szostak – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2009</i></li>
  <li><i>Leymah Gbowee – Prêmio Nobel da Paz, 2011</i></li>
  <li><i>Tawakkol Karman – Prêmio Nobel da Paz, 2011</i></li>
  <li><i>May-Britt Moser – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2014</i></li>
  <li><i>Edvard I. Moser – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2014</i></li>
  <li><i>Joachim Frank – Prêmio Nobel de Química, 2017</i></li>
  <li><i>Richard Henderson – Prêmio Nobel de Química, 2017</i></li>
  <li><i>Michel Mayor – Prêmio Nobel de Física, 2019</i></li>
  <li><i>Gregg L. Semenza – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2019</i></li>
  <li><i>Sir Peter J. Ratcliffe – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2019</i></li>
  <li><i>Roger Penrose – Prêmio Nobel de Física, 2020</i></li>
  <li><i>Guido W. Imbens – Prêmio Nobel de Economia, 2021</i></li>
  <li><i>Annie Ernaux – Prêmio Nobel de Literatura, 2022</i></li>
  <li><i>Narges Mohammadi – Prêmio Nobel da Paz, 2023</i></li>
  <li><i>Geoffrey Hinton – Prêmio Nobel de Física, 2024</i></li>
  <li><i>Daron Acemoglu – Prêmio Nobel de Economia, 2024</i></li>
  <li><i>Gary Ruvkun – Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 2024</i></li>
  <li><i>Oleksandra Matviichuk – Centro para as Liberdades Civis, Prêmio da Paz, 2022</i></li>
  <li><i>&nbsp;Sua Santidade o Dalai Lama – Prêmio Nobel da Paz, 1989</i></li>
</ul>

Em reação a Trump, vencedores do Prêmio Nobel defendem democracia e o multilateralismo

<p><b>247 - </b>O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta terça-feira (30) que a inteligência artificial (IA) está entre as maiores transformações da história da humanidade e requer regulamentação urgente para proteger a democracia e os direitos individuais. A declaração foi feita nesta terça-feira (30), durante o 3º Brasília Summit, realizado pelo LIDE em parceria com o Correio Braziliense.</p>
<p>Barroso ressaltou que a IA representa uma revolução comparável a descobertas históricas, como o fogo, a roda, a eletricidade, a anestesia e as vacinas. “A inteligência artificial vai promover uma mudança estrutural na condição humana e na maneira como a gente vive”, afirmou. Segundo ele, embora a tecnologia traga avanços extraordinários em áreas como a medicina e o direito, os riscos éticos, políticos e sociais precisam ser enfrentados com seriedade.</p>
<h2>Perigos da desinformação e deepfakes</h2>
<p>Em sua fala, o ministro alertou para os riscos de manipulação da informação e para a ameaça que os deepfakes podem representar em processos eleitorais. “O dia que não pudermos mais acreditar no que vemos ou ouvimos, a liberdade de expressão terá perdido completamente o sentido”, disse, reforçando a importância de regras claras para evitar distorções na esfera pública.</p>
<p>Ele destacou ainda exemplos de sistemas de IA capazes de desenvolver estratégias próprias e até reagir de forma inesperada a comandos humanos. “A ideia de que a IA não tem agência própria já começa a ser questionada”, observou.</p>
<h2>Uso no Judiciário e responsabilidade humana</h2>
<p>Barroso também defendeu o uso responsável da IA no Judiciário, principalmente diante do grande volume de processos no Brasil. Ele mencionou programas já em funcionamento, como Victor, Vitória e Maria, que auxiliam na triagem de processos, organização de dados e até na elaboração inicial de decisões. No entanto, enfatizou que “a supervisão humana e a responsabilidade do juiz são indelegáveis”.</p>
<h2>Inovação com valores universais</h2>
<p>Ao encerrar sua participação no evento, o ministro reforçou que o avanço tecnológico deve ser acompanhado pela preservação de princípios universais. “Não se deve temer o progresso porque a história não para. Mas não devemos entregar a alma da condição humana a divindades não humanas”, declarou. Para ele, a tarefa central é equilibrar inovação com valores essenciais como justiça, dignidade e o bem comum.</p>

Brasil Soberano

Barroso alerta para riscos da inteligência artificial e pede regulação para proteger democracia

<p><b>247 - </b>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende esclarecer ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a conspiração golpista no Brasil foi muito além dos ataques de 8 de janeiro de 2023. As investigações apontam que a trama incluiu reuniões oficiais no Palácio da Alvorada e até planos para assassinar autoridades, entre elas Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.</p>
<p>Lula considera “otimista” a possibilidade de diálogo com Trump, mas já deixou claro que não discutirá a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, por ser uma decisão do Supremo Tribunal Federal, órgão independente. A intenção do governo, segundo a coluna do jornalista <a href="https://g1.globo.com/politica/blog/valdo-cruz/post/2025/09/29/lula-quer-mostrar-a-trump-que-trama-golpista-foi-alem-do-8-de-janeiro-com-plano-de-assassinato.ghtml">Valdo Cruz</a>, do g1, é garantir que o presidente estadunidense compreenda a real dimensão das ameaças e não se deixe influenciar por informações distorcidas sobre o Brasil.</p>
<h2>Lula quer expor a gravidade da trama golpista</h2>
<p>Além de planejar atentados contra autoridades, a conspiração envolveu discussões para intervir na Justiça Eleitoral e tentar impedir a posse de Lula. Esses elementos reforçam a narrativa de que a tentativa de golpe foi um movimento orquestrado, e não apenas manifestações violentas em Brasília. A imagem da estátua “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti, vandalizada durante os atos de janeiro em frente ao STF, permanece como símbolo da ofensiva contra as instituições democráticas.</p>
<h2>Telefonema deve ocorrer antes de encontro presencial</h2>
<p>A diplomacia brasileira articula uma conversa por telefone entre Lula e Trump ainda nesta semana. O encontro presencial, segundo a reportagem,  deve ficar para o fim de outubro, quando ambos participarão da 47ª Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), na Malásia. A equipe do Palácio do Planalto avalia que esse contato inicial será essencial para alinhar posições e preparar terreno para a reunião bilateral.</p>
<h2>Conspiração incluiu reuniões e atentado planejado</h2>
<p>As investigações mostraram que reuniões no Palácio da Alvorada serviram de palco para discutir estratégias contra a democracia, entre elas o assassinato de autoridades, tervenção na Justiça Eleitora ebarra  a posse do presidente eleito pelo voto popular. A revelação de tais planos, segundo interlocutores, reforça a necessidade de Lula transmitir a Trump a gravidade da ameaça à estabilidade institucional.</p>
<h2>Comércio deve dominar a pauta, mas democracia será central</h2>
<p>Apesar da relevância política, auxiliares de Lula acreditam que o comércio internacional será um dos principais focos de Trump, pressionado pela inflação em alta nos Estados Unidos. Para o Brasil, no entanto, é estratégico garantir que a defesa da democracia esteja no centro da conversa.</p>

Paulo Emilio

Lula quer mostrar a Trump que tentativa de golpe bolsonarista incluiu até plano de assassinato

<p><b>247 –</b> O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2025/09/sair-do-supremo-e-possibilidade-mas-nao-e-uma-certeza-diz-ministro-luis-roberto-barroso.shtml">entrevista à coluna de <b>Mônica Bergamo</b></a><b>, da Folha de S.Paulo</b>, na qual fez um amplo balanço de sua trajetória no tribunal e revelou reflexões pessoais sobre o futuro. Na conversa, Barroso destacou que <b>a saída do STF é uma possibilidade, mas não uma decisão tomada</b>, e avaliou temas que marcaram sua gestão e sua carreira na Corte.</p>
<h2>Lava Jato, Lula e o passado</h2>
<p>Um dos pontos mais delicados da entrevista foi a lembrança do voto que, em 2018, ajudou a levar o presidente Lula à prisão. Barroso afirmou:</p>
<blockquote>&nbsp;"Eu deveria mudar a jurisprudência por querer bem ao réu? Eu apliquei ao presidente Lula, com dor no coração, a jurisprudência que eu tinha ajudado a criar."</blockquote>
<p>O ministro admitiu que, à época, acreditava que a Lava Jato representava um enfrentamento legítimo contra a corrupção, mas reconheceu que a operação <b>“se perdeu nos excessos e terminou se politizando”</b>. Apesar disso, afirmou nunca ter se arrependido de seu voto.</p>
<p>Ele também revelou que nunca conversou com Lula sobre esse episódio, mas avalia que o presidente entende o papel de um juiz que cumpre seu dever. Sobre o reencontro entre ambos, relatou que ocorreu em São Paulo, na casa de Cristiano Zanin, atual ministro do STF, e descreveu o diálogo como “uma conversa ótima, sem nenhum passivo emocional”.</p>
<h2>Relação com Lula e com Donald Trump</h2>
<p>Barroso descreveu Lula como uma figura carismática, com grande capacidade de conquistar pessoas. Ele lembrou um episódio em que o presidente visitou sua casa e rapidamente conquistou a simpatia de sua sogra:</p>
<blockquote>&nbsp;"Minha sogra, que é holandesa, não tinha muita simpatia por ele. Mas, em dez minutos, Lula arrumou uma fã apaixonada."</blockquote>
<p>Ao comentar a recente declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a “química excelente” que teria sentido ao se encontrar com Lula, Barroso ressaltou o carisma do brasileiro e disse ter admiração pessoal pelo mandatário, ainda que haja divergências políticas e econômicas.</p>
<h2>Relação com Jair Bolsonaro</h2>
<p>Sobre sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Barroso afirmou que os encontros foram cordiais no início, mas relatou momentos de tensão. Ele lembrou que chegou a sugerir nomes para o Ministério da Educação, mas que Bolsonaro optou por ignorar sua recomendação.</p>
<blockquote>&nbsp;"O presidente [Bolsonaro], no trato pessoal, é uma pessoa muito simpática. Mas a conversa não fluía em temas relevantes."</blockquote>
<p>Barroso destacou ainda que o enfrentamento mais duro veio durante a pandemia, quando o STF tomou decisões para garantir medidas de isolamento social e vacinação, o que gerou atritos diretos com o então presidente.</p>
<h2>Saída do Supremo e vida pessoal</h2>
<p>Questionado sobre a possibilidade de deixar o STF, Barroso afirmou que ainda não há definição:</p>
<blockquote>&nbsp;"Sair do Supremo é uma possibilidade, mas não é uma certeza. Eu verdadeiramente ainda não tomei essa decisão."</blockquote>
<p>O ministro explicou que, quando sua esposa Tereza ainda era viva, havia um compromisso de se aposentar após deixar a presidência do tribunal, mas que, após a morte dela em 2023, essa motivação mudou. Agora, a decisão envolve reflexões sobre exposição pública, família e propósito de vida.</p>
<h2>Lei Magnitsky e pressões externas</h2>
<p>Barroso disse não temer a possibilidade de ser sancionado pela chamada <b>Lei Magnitsky</b>, que já foi aplicada contra o ministro Alexandre de Moraes e prevê sanções financeiras e restrições internacionais. Embora tenha reconhecido preocupação com o tema, minimizou os impactos sobre sua permanência na Corte:</p>
<blockquote>&nbsp;"Não tenho muitos medos nessa vida, nem aflições excessivas. Se vier algo negativo dos EUA, vou lidar com a maturidade espiritual de quem faz a coisa certa e entrega para o universo."</blockquote>
<h2>Anistia e redução de penas</h2>
<p>O ministro também se posicionou contra a discussão de uma eventual anistia a Jair Bolsonaro antes ou logo após seu julgamento:</p>
<blockquote>&nbsp;"É inaceitável cogitar uma anistia antes, durante ou imediatamente após o julgamento."</blockquote>
<p>No entanto, mostrou-se favorável a uma redução de penas que beneficie condenados de menor relevância nos atos de 8 de janeiro de 2023. Para Barroso, essa medida seria diferente de uma anistia e poderia corrigir excessos punitivos contra pessoas sem papel de liderança nos crimes.</p>
<h2>Um balanço de legado</h2>
<p>Na despedida da presidência do STF, Barroso fez questão de ressaltar que o tribunal teve papel fundamental na defesa da democracia, especialmente durante a pandemia e no julgamento do golpe de Estado de 8 de janeiro. Reconheceu que o Supremo vive sob constante crítica e julgamento público, mas defendeu que esse é o próprio funcionamento da democracia.</p>
<blockquote>"O sistema democrático brasileiro expõe o Supremo a permanente julgamento público e crítico. Portanto, a gente se equilibra recebendo pedrada. E, na vida, é preciso prestar atenção de onde estão vindo as pedras."</blockquote>

Barroso admite possibilidade de deixar o Supremo Tribunal Federal

<p><b>247 - </b>O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (24) que a esquerda precisa reconhecer erros cometidos ao longo de sua trajetória e fortalecer a participação popular para enfrentar o avanço da extrema-direita. A declaração ocorreu durante a 2ª Reunião “Em Defesa da Democracia, Combatendo Extremismos”, realizada em Nova York, com a presença de chefes de Estado da América do Sul e da Espanha. O encontro dá continuidade à iniciativa lançada em 21 de julho, em Santiago, no Chile.</p>
<p>Segundo Lula, a democracia enfrenta um momento decisivo no cenário global. Ele defendeu que líderes progressistas façam uma autocrítica sobre os motivos que permitiram a ascensão da extrema-direita em diferentes países. “O que me inquieta hoje é a gente responder para nós mesmos: aonde é que os democratas erraram? Qual foi o momento em que a esquerda errou? Por que nós permitimos que a extrema-direita crescesse com a força que está crescendo? É virtude deles ou é incompetência nossa?”, questionou.</p>
<h2>Trajetória política e o surgimento do PT</h2>
<p>Durante o discurso, Lula resgatou sua própria experiência política desde o final dos anos 1970. Ele lembrou que, antes de ingressar na vida partidária, era apenas um jovem metalúrgico e sindicalista que, "por acaso", acabou se tornando protagonista da política brasileira.</p>
<p>O presidente relatou o episódio que o motivou a criar o Partido dos Trabalhadores: a tentativa do regime militar, em 1978, de restringir o direito de greve de determinadas categorias. Ao se manifestar contra a medida em Brasília, Lula percebeu que não havia trabalhadores representados no Congresso. “Voltei para casa pensando: ‘como eu, um operário, quero que votem leis favoráveis à classe trabalhadora se não tem trabalhador no Congresso Nacional?’. Foi essa a grande descoberta que fiz na vida e foi daí que criei um partido”, explicou.</p>
<h2>A criação do Foro de São Paulo</h2>
<p>O presidente também destacou a importância da articulação internacional entre movimentos progressistas. Ele lembrou que, após sua primeira candidatura presidencial em 1989, convocou lideranças da esquerda latino-americana para formar o Foro de São Paulo, com o objetivo de fortalecer partidos e movimentos sociais da região. “Era necessário que todos voltassem a fazer política”, afirmou.</p>
<h2>Autocrítica e defesa da democracia</h2>
<p>No encontro em Nova York, Lula reforçou a necessidade de os governos democráticos recuperarem o vínculo com a sociedade civil, em vez de priorizar interesses do mercado ou ceder às pressões de adversários políticos. “Muitas vezes a gente ganha as eleições com discurso de esquerda e, quando começa a governar, atende muito mais os interesses dos nossos inimigos do que dos nossos amigos. Esse é o fracasso da democracia”, criticou.</p>
<p>O presidente ainda fez um apelo para que militantes, partidos e lideranças sociais retomem a prática da organização popular em comunidades, locais de trabalho e espaços de estudo. Para ele, essa é a base para reconstruir a confiança da população no projeto democrático.</p>
<p>“Antes de procurar a virtude do extremismo de direita, temos que procurar os erros que a democracia cometeu na relação com a sociedade civil. Se encontrarmos essa resposta, vamos voltar a vencer a direita. Se não, continuaremos sufocados pelo negacionismo, pelo extremismo e pelo discurso fascista que estamos vendo agora”, concluiu Lula.</p>

24.09.2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa na 2ª reunião “Em Defesa da Democracia, Combatendo Extremismos” - Sede das Nações Unidas - Nova York, EUA

Poder

Lula cita "fracasso" da esquerda mundial e "sufocamento" da democracia pela extrema-direita

<p><b>247</b> - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi aplaudido nesta terça-feira (23) ao discursar na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos. Em tom firme, Lula defendeu a democracia brasileira e a soberania nacional, enviando um recado direto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao condenar pressões externas e ataques às instituições do país. A fala foi transmitida ao vivo pela ONU e ganhou destaque internacional.</p>
<p>No discurso, Lula afirmou que a Organização das Nações Unidas, criada ao fim da Segunda Guerra Mundial para promover paz e prosperidade, vive um momento de fragilidade sem precedentes. Segundo ele, o multilateralismo “está diante de nova encruzilhada” e sofre ameaças constantes pela imposição da “política do poder”, marcada por sanções arbitrárias, intervenções unilaterais e violações à soberania de países.</p>
<h2><b>Defesa da democracia e críticas ao autoritarismo</b></h2>
<p>Lula traçou um paralelo entre o enfraquecimento da democracia e a crise do multilateralismo, ressaltando que a omissão diante de arbitrariedades fortalece regimes autoritários. “Quando a sociedade internacional vacila em defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas”, afirmou.</p>
<p>O presidente destacou que forças antidemocráticas têm atuado para atacar instituições, sufocar liberdades, promover violência e cercear a imprensa, inclusive com o apoio de milícias digitais. Ainda assim, reforçou que o Brasil resistiu aos ataques e reafirmou sua escolha pelo caminho democrático, reconquistado há quatro décadas após o fim da ditadura militar.</p>
<h2><b>Recado aos opositores internos e externos</b></h2>
<p>Em uma fala direcionada aos adversários políticos no Brasil e a setores da comunidade internacional, Lula declarou: “Não há justificativa para medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia. A agressão contra a independência do Judiciário é inaceitável”. Ele denunciou o que chamou de ingerência em assuntos internos e acusou uma “extrema-direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias” de conspirar contra o país.</p>
<p>O presidente também relembrou a recente condenação de um ex-chefe de Estado brasileiro por atentar contra o Estado democrático de direito, ressaltando a importância do processo como exemplo mundial. “Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas e àqueles que os apoiam. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, disse, sob aplausos dos presentes.</p>
<h2><b>Democracia além do voto</b></h2>
<p>Ao final do discurso, Lula defendeu que a democracia deve ir além do processo eleitoral, estando diretamente ligada à redução das desigualdades e à garantia de direitos básicos, como alimentação, moradia, saúde, educação, trabalho e segurança. Ele destacou, ainda, que a violência contra mulheres e a desigualdade salarial de gênero são exemplos de falhas que precisam ser enfrentadas para o fortalecimento do regime democrático.</p>
<p>A fala de Lula, em um dos palcos mais relevantes da política mundial, marcou a defesa do Brasil como nação independente e livre de qualquer tipo de tutela externa, ao mesmo tempo em que reafirmou o compromisso do país com a democracia e os direitos humanos.</p>

O presidente Lula discursa na Assembleia-Geral da ONU - 23/09/2025

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Sob aplausos na ONU, Lula envia recado a Trump: ‘democracia e soberania do Brasil são inegociáveis’

<p><b>247 - </b>Cidades em diferentes regiões do país registraram protestos contra a chamada PEC da Blindagem e o Projeto de Lei da Anistia neste domingo (21). Os atos reuniram milhares de pessoas em Brasília, Salvador, João Pessoa, Natal, Belo Horizonte e São Luís.&nbsp;</p>
<p>A mobilização nacional pressiona o Senado Federal a rejeitar a PEC aprovada na Câmara, que limita a possibilidade de abertura de processos penais contra parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF). Os manifestantes também criticam o PL da Anistia, que propõe perdoar envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.</p>
<h2>Brasília</h2>
<p>Na capital federal, o ato começou às 10h em frente ao Museu Nacional da República, na via S1. Pouco depois das 11h30, o grupo marchou até a Avenida José Sarney, próxima ao Congresso Nacional. Faixas e cartazes exibiam frases como “Sem anistia” e “Não à PEC da bandidagem”. O evento também contou com a presença do cantor paraibano Chico César.</p>
<h2>Salvador</h2>
<p>Em Salvador, os manifestantes se reuniram em frente ao Cristo da Barra, às 9h. O protesto teve apoio de um trio elétrico e participações da cantora Daniela Mercury e do ator Wagner Moura. Com cartazes e gritos de ordem, o grupo reforçou a rejeição à PEC e ao projeto de anistia.</p>
<h2>Belo Horizonte</h2>
<p>Na capital mineira, a concentração ocorreu na Praça Raul Soares, de onde os participantes seguiram até a Praça Sete, no centro da cidade. Lideranças políticas, sindicais e artistas, como Fernanda Takai, da banda Pato Fu, integraram o protesto. Faixas destacavam mensagens em defesa da democracia.</p>
<h2>Natal</h2>
<p>Em Natal, o ato foi realizado na Avenida Roberto Freire, na Zona Sul, a partir das 9h. A manifestação foi convocada por partidos de esquerda e centrais sindicais do Rio Grande do Norte. Até o momento da atualização, não havia estimativa oficial de público.</p>
<h2>João Pessoa</h2>
<p>Na capital paraibana, a mobilização aconteceu no Busto de Tamandaré, em Tambaú, reunindo artistas, políticos e movimentos sociais. Manifestantes exibiram faixas com frases como “Sem anistia para golpistas” e entoaram em coro: “Sem anistia e sem perdão”.</p>
<h2>São Luís</h2>
<p>Em São Luís, manifestantes se reuniram na Praça da Igreja do Carmo, no Centro Histórico. Com cartazes e panfletos, o grupo percorreu as ruas e exibiu placas com fotos dos deputados maranhenses que votaram a favor da PEC. O ato foi convocado por partidos de esquerda e também criticou o PL da Anistia.</p>
<h2>Belém</h2>
<p>Centenas de manifestantes se reuniram na manhã deste domingo (21) na Praça da República, em Belém. A concentração ocorreu em frente ao Theatro da Paz, ponto simbólico da cidade por ser tradicional espaço de manifestações políticas. Estudantes, sindicalistas e coletivos culturais participaram do ato, exibindo faixas e cartazes contra as propostas em debate no Congresso Nacional.</p>

Atos contra o projeto de Anista aos golpistas de 8/1 e a PEC da Blindagem

Brasil vai às ruas contra PEC da Blindagem e o PL da Anistia aos golpistas

<p><b>247</b> - O Brasil decidiu não incluir os Estados Unidos na lista de participantes da reunião <b>“Democracia Sempre”</b>, que será realizada na próxima semana em Nova York, paralelamente à Assembleia-Geral da ONU. A informação foi publicada pela<a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/09/brasil-barra-eua-de-reuniao-sobre-democracia-em-nova-york-as-margens-da-assembleia-da-onu.shtml"> <i>Folha de S.Paulo</i></a>, que destacou a mudança em relação ao ano passado, quando os norte-americanos estiveram entre os convidados.</p>
<p>A cúpula, idealizada inicialmente por Brasil e Espanha, reunirá cerca de 30 países, entre eles Uruguai, Colômbia, Chile, Alemanha, Canadá, França, México, Noruega, Quênia, Senegal e Timor Leste. Também deve participar o secretário-geral da ONU, António Guterres, além de representantes da União Europeia.</p>
<h2><b>Critérios de exclusão dos EUA</b></h2>
<p>Segundo um integrante do governo brasileiro, a lista de convidados foi restrita a nações consideradas plenamente democráticas. A exclusão dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, foi justificada pelo “retrocesso extremista” vivido no país e pelo questionamento do governo americano às eleições brasileiras.</p>
<p>Entre os principais temas do encontro estão a defesa da democracia, o combate à desigualdade social e a luta contra a desinformação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia participado de uma edição do evento no Chile, em julho, quando os líderes reafirmaram seu compromisso com a preservação das instituições democráticas e com a cooperação internacional frente às ameaças globais.</p>
<h2><b>Origem do “Democracia Sempre”</b></h2>
<p>A primeira edição da iniciativa ocorreu em 2024, organizada por Lula e pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, sob o lema <b>“Em defesa da democracia, combatendo o extremismo”</b>. Na ocasião, os Estados Unidos, então sob o comando do democrata Joe Biden, enviaram apenas um funcionário de segundo escalão do Departamento de Estado, equivalente ao Itamaraty.Sánchez propôs que o encontro servisse como um fórum permanente para enfrentar o crescimento de movimentos reacionários no mundo. Ele apontou três fatores centrais que corroem a confiança pública nas instituições: <b>desigualdade social, desinformação e disseminação do discurso de ódio</b>.</p>
<h2><b>Tensões com o governo Trump</b></h2>
<p>Desde que reassumiu a Casa Branca, Donald Trump tem adotado medidas que geram atritos em fóruns multilaterais. Um dos primeiros atos de seu governo foi uma ordem executiva que proíbe políticas de combate à desinformação, consideradas pelo republicano como censura. Além disso, Trump tem pressionado emissoras e empresas a punirem figuras públicas que fizeram críticas a apoiadores conservadores. O apresentador Jimmy Kimmel, da ABC, foi suspenso após comentário sobre o assassinato de Charlie Kirk, militante de direita morto na semana passada.</p>
<p>Outro ponto de fricção é a regulação das grandes plataformas digitais. Enquanto União Europeia e países latino-americanos pressionam por leis que obriguem as Big Tech a moderar conteúdos nocivos, Trump se coloca contra qualquer restrição e ameaça impor tarifas a blocos econômicos que adotem legislações mais rígidas.</p>
<h2><b>Referências a ataques antidemocráticos</b></h2>
<p>No convite enviado aos países em 2024, Lula e Sánchez citaram tanto os ataques de 8 de janeiro em Brasília quanto a invasão ao Capitólio, em Washington, como exemplos de movimentos violentos que rejeitam a alternância de poder e a diversidade. Já em seu novo mandato, Trump concedeu perdão a 1.500 pessoas condenadas pela invasão ao Congresso americano, medida que aprofundou a percepção de enfraquecimento democrático nos EUA.</p>

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