União Brasil expulsa Celso Sabino por não obedecer ordem para deixar governo Lula
Ministro do Turismo ignorou ordem da sigla para deixar governo Lula e mira disputa ao Senado pelo Pará
247 - O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi expulso do União Brasil após desobedecer a determinação do partido para que seus filiados deixassem todos os cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expulsão encerra meses de tensão e desgaste entre o ministro e a direção nacional. A legenda considerou que Sabino incorreu em infidelidade partidária ao permanecer no ministério, mesmo depois de a cúpula fixar 19 de setembro como prazo final para saída de filiados da estrutura federal. As informações são do G1.
Infidelidade partidária e recuo de estratégia
A sigla havia advertido que a desobediência configuraria infração disciplinar. Inicialmente, Sabino indicou que acataria a orientação: anunciou publicamente que deixaria a pasta e chegou a entregar a carta de demissão ao presidente Lula. Poucos dias depois, porém, recuou e tentou negociar sua permanência no governo e no partido, sem êxito.
Em outubro, atraído pela visibilidade proporcionada pela COP30, Sabino decidiu permanecer no ministério. O movimento ampliou o desgaste interno e levou ao seu afastamento de funções administrativas na legenda, incluindo a destituição do comando do diretório estadual do Pará.
Cálculo eleitoral e disputa no Pará
Aliados afirmam que a mudança ocorreu diante de expectativas para 2026. Sabino pretende concorrer ao Senado pelo Pará e avalia que o apoio de Lula, somado à exposição obtida com a COP30, poderia fortalecer sua candidatura.
Apesar disso, ele enfrenta forte concorrência. O governador Helder Barbalho, do MDB, articula uma chapa ao Senado ao lado do presidente da Assembleia Legislativa, Chicão, também do MDB, configurando o principal obstáculo à viabilidade eleitoral do ministro.
Perda de espaço e caminho aberto para nova filiação
Nas últimas semanas, Sabino relatou a interlocutores que vem sendo sondado por outras legendas, embora afirmasse que aguardaria o desfecho do conflito interno para decidir seu destino. Filiado ao União desde 2021, ele presidiu o diretório paraense e integrou a executiva nacional.
Eleito deputado federal em 2022, Sabino se licenciou para chefiar o Ministério do Turismo com apoio da bancada da sigla na Câmara. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral garante que, por ter sido expulso, não perderá o mandato e poderá se filiar a outro partido.
Apoio a Lula e permanência até a desincompatibilização
Durante compromissos em Belém, em outubro, Sabino afirmou que apoiaria Lula “independentemente do cenário político”. O ministro também indicou que deve permanecer na pasta até o prazo de desincompatibilização, previsto para abril do próximo ano, quando ocupantes de cargos públicos precisam deixar suas funções para disputar as eleições.


