Acaba o depoimento prestado por Daniel Vorcaro após quase 4h na sede do Supremo
O banqueiro foi o primeiro a chegar na Corte. Ele desembarcou no Aeroporto de Brasília. A PF também está ouvindo outros dois convocados
247 - Acabou o depoimento prestado nesta terça-feira (30) pelo dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, na sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília (DF). Ele falou por quase quatro horas enquanto o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino, aguardavam o término da oitiva.
O presidente do Banco Master Daniel Vorcaro foi o primeiro a chegar, após desembarcar no Aeroporto de Brasília. Já o depoimento do ex-presidente do Brb começou por volta das 17h30, de acordo com o portal Metrópoles.
Delegada Polícia Federal (PF), Janaína Palazzo ficou responsável pela condução dos depoimentos. Um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli, relator do caso no STF, também acompanha as oitivas.
Entenda
Em novembro, o ex-presidente do BRB e Daniel Vorcaro se tornaram alvos da Operação Compliance Zero, que apura um esquema de concessão de créditos inexistentes. As irregularidades investigadas podem alcançar o montante de R$ 17 bilhões em títulos falsificados. Em março, o BRB comunicou ao mercado sua intenção de adquirir o Banco Master por R$ 2 bilhões. Segundo a instituição, esse valor correspondia a 75% do patrimônio consolidado do Master.
A possível aquisição despertou ampla atenção no sistema financeiro, na imprensa e no meio político. À época, a atuação do banco controlado por Daniel Vorcaro já gerava desconfiança entre especialistas do setor financeiro. No início de setembro, o Banco Central (BC) decidiu barrar a compra do Master pelo BRB. Dois meses depois, em novembro, foi decretada a falência da instituição financeira.
A 10ª Vara Federal de Brasília ordenou a prisão de Vorcaro, de mais quatro executivos do banco e mais dois investigados. Também foi determinado o afastamento de Paulo Henrique Costa do BRB. Vorcaro foi solto após 12 dias, por decisão da desembargadora federal Solange Salgado da Silva.
Em nota, o BRB declarou que “sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência”, afirmando ainda que presta regularmente informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas às negociações para a compra do Banco Master.
Compliance Zero
A Operação Compliance Zero decorre de apurações iniciadas pela Polícia Federal em 2024, com o objetivo de investigar e coibir a emissão de títulos de crédito fraudulentos. As entidades sob investigação são suspeitas de estruturar operações fictícias de crédito, simulando empréstimos e valores a receber, que posteriormente eram negociados com outras instituições bancárias.
Após a aprovação contábil pelo Banco Central, essas instituições substituíam os créditos falsos e títulos de dívida por outros ativos, sem a devida avaliação técnica.
O Banco Master é o principal foco da investigação, instaurada a pedido do Ministério Público Federal (MPF).



