Alcolumbre se irrita com Paulinho da Força, relator do PL da Dosimetria
PL da Dosimetria, que já não tinha o apoio de Alcolumbre, agora se torna ainda mais inviável
247 - O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), demonstrou forte contrariedade após a divulgação da liminar do ministro Gilmar Mendes que restringiu pedidos de impeachment contra integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o jornal O Globo, a decisão surgiu justamente enquanto Alcolumbre recebia, na residência oficial, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), responsável pela ação que deu origem à decisão.
O encontro tinha como pauta questões relacionadas ao Amapá. A liminar foi tornada pública poucos minutos depois da chegada do deputado, que além de presidente do Solidariedade é o relator do Projeto de Lei da Dosimetria, que visa reduzir as penas dos condenados por tentativa de golpe, dentre eles Jair Bolsonaro (PL).
Interlocutores afirmam que Alcolumbre se irritou não apenas com o teor da decisão, mas especialmente com o fato de que o instrumento jurídico havia sido apresentado por Paulinho da Força, com quem mantém relação próxima. Horas mais tarde, já no plenário do Senado, o presidente da Casa — responsável por analisar pedidos de destituição de ministros do STF — classificou o episódio como uma “grave ofensa à separação dos Poderes”.
Desde setembro, Paulinho tenta construir um texto de consenso, mas enfrenta resistências, inclusive de Alcolumbre, que rejeitou a versão inicial do PL da Dosimetria. Em busca de apoio, o deputado já conversou com dirigentes e bancadas de PL, PT, União, PP, Republicanos, MDB, PSD, PSDB, Podemos, Solidariedade, Avante, PRD e Novo. Mesmo assim, o projeto segue travado, pressionado agora também pelo desgaste político provocado pela ação no STF.



